Nelson Garcia é assassinado em Honduras
O militante do COPINH foi alvejado por 4 disparos em frente à sua casa; Há duas semanas a liderança hondurenha Berta Cácertes também foi assassinada; Via Campesina faz um chamado de […]
Publicado 16/03/2016
O militante do COPINH foi alvejado por 4 disparos em frente à sua casa; Há duas semanas a liderança hondurenha Berta Cácertes também foi assassinada; Via Campesina faz um chamado de alerta aos defensores de Direitos Humanos.
Com profunda preocupação e indignação recebemos a notícia de mais um assassinato em Honduras. Nelson Garcia, militante do Consejo Civico de Organizaciones Populares e Indigenas de Honduras (COPINH), foi assassinado ontem (15) a tarde por quatro disparos em frente à sua casa. No período da manhã, ele e mais 150 famílias haviam sido desalojados por militares e policiais na comunidade Rio Chiquito, norte de Honduras.
O assassinato de Garcia, pai de 5 filhos, ocorre apenas a duas semanas após o assassinato da liderança hondurenha Berta Cáceres, dirigente do COPINH. O mexicano Gustavo Castro, ferido e testemunha do assassinato de Berta, coordenador do MAPDER e M4, ainda permanece impedido arbitrariamente de sair do país por 30 dias, mesmo após realizadas todas as declarações.
Além disso, no mesmo dia de ontem, Christian Mauricio, da Via Campesina, sofreu um atentado na capital do país. Três sujeitos cercaram o jovem e dispararam contra ele em frente à instalação da Via Campesina. Christian foi encaminhado ao hospital e passa bem. A Via Campesina de Honduras faz um chamado de alerta aos defensores de Direitos Humanos sobre a situação.
Nos solidarizamos aos companheiros do COPINH, da Via Campesina e a Gustavo Castro, nesta situação tão grave que a população passa em Honduras, que desde o golpe sofrido em 2009 contra o presidente eleito Manuel Zelaya, tem enfrentando uma intensiva ofensiva contra os Direitos Humanos.
Esta semana se inicia o marco da missão internacional “Justiça para Berta Caceres”, com participação de organizações hondurenhas como o próprio Consejo Cívico de Organizaciones Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), a Red Nacional de Defensoras de Derechos Humanos en Honduras e, também de pessoas, coletivos e organizações de uma rede de solidariedade internacional que vem sendo construída em apoio ao povo de Honduras.
Após a morte de outro líder do COPINH, Nelson Noé García, se vê que a repressão não constitui em um fato isolado, mas sim, em uma violação sistemática dos Direitos Humanos que estão se tornando cotidianas a fim de assegurar os interesses das empresas transnacionais.