MST e MAB ocupam fazenda grilada em Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul

Na madrugada desta segunda-feira (14), Dia Internacional de Luta contra as Barragens, 500 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam […]

Na madrugada desta segunda-feira (14), Dia Internacional de Luta contra as Barragens, 500 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a fazenda Gazola, na região Nordeste do Rio Grande do Sul.

A área tem 500 hectares e está localizada no município de Lagoa Vermelha – a dois quilômetros do Centro da cidade. Com a ocupação os militantes denunciam a grilagem da fazenda e reivindicam a sua desapropriação para reforma agrária. “É uma terra arrendada, e quem hoje lucra com ela não é o dono”, afirma o coordenador do MAB, Arnaldo Pollo.
Os acampados no local são da própria região e a maioria é sem-terra expulsas pela construção de barragens – há sete somente no Nordeste gaúcho. 

“As barragens são grandes indústrias de sem terra: milhares de pessoas perderam suas áreas e, por consequência, seu trabalho, renda e dignidade. Agora estão na luta para tentar se reconstruir”, explica Trierveiler, acrescentando que, se a fazenda for desapropriada, o objetivo é acabar com o monocultivo da soja transgênica e investir na produção de alimentos saudáveis.

POR QUE QUEREMOS ESTA TERRA: 

– Gerar renda, trabalho e dignidade para muitas famílias: a antiga Fazenda não tem nem mais sede e nem família morando em cima dela.  A terra onde não mora ninguém pode tranquilamente abrigar tranquilamente 30 famílias que produzirão, gerando trabalho e renda. 

– Ajudar a gerar desenvolvimento para Lagoa Vermelha e região: a implantação de um Assentamento nesta área trará muitos investimentos na construção de casas, estradas, instalação de luz/água, construção das benfeitorias comunitárias e agroindústrias. Haverá mais produção de alimentos (feijão, carne, leite, ovos, milho, verduras, frutas,…) e mais gente comprando e vendendo no comércio do município. 

– Produzir alimentos saudáveis:  

A partir da ocupação passaremos a plantar  alimentos saudáveis. O  Brasil é atualmente o campeão no uso de veneno na agricultura. Em média o Brasil consome 7,5 litros de veneno por ano/habitante. Isto envenena o solo, o ar e a água. Envenena quem produz e quem consome. Pretendemos produzir de tudo um pouco e aquilo que realmente vai à mesa (feijão, arroz, verduras, frutas, carne, ovos, queijo,…) da população. Para isto, sempre que é criado um assentamento lutamos junto ao INCRA para os agricultores contarem com a ajuda de uma equipe de Assessoria Técnica. 

– Ajudar a melhorar as estruturas de educação e saúde municipal:

Na implantação de um assentamento  é prioridade colocarmos na pauta a discussão com Governo Federal e Estadual  da construção de uma nova escola de “Educação no Campo” bem como um posto de saúde no assentamento. Estas estruturas beneficiariam muitas outras famílias moradoras das comunidades e bairros próximos.

– Trazer novos investimentos para a região:

Junto com os assentamentos lutaremos para que venham investimentos para implantar  agroindústrias, padarias comunitárias,…

Confira a pauta completa de lutas daquela região:

1 – Exigimos do Governo Federal a Criação da Politica de Direitos a 
População Atingida por Barragens (PNAB); 

– Que o INCRA, MDA e  o Governo Estadual cumpram no RS o Decreto 51.595, de 23 de junho de 2014 que institui  Politica de  Desenvolvimento de Regiões Afetadas por Empreendimentos Hidrelétricos 

– PDRAEH e a Politica Estadual dos Atingidos Por Empreendimentos Hidrelétricos no RS – PEAEH.

2- Exigimos a aquisição imediata de áreas, próprias para a instalação de novos assentamentos, de todas as famílias sem terra acampadas, atingidas e expulsas por barragens. 

3- O reconhecimento real e definitivo do Assentamento Dom Orlando Dotti:

– Abertura de poços artesianos, devido às famílias estarem sem acesso à água potável; 

– Abertura de acessos e cascalhamento dos pontos mais críticos das estradas, 

– Elaboração, encaminhamento do projeto técnico e definição de um cronograma com metas junto ao Luz Para Todos/RGE para instalação 
de energia elétrica para todas as famílias dentro de no máximo 06 meses. 

– Convênio junto à prefeitura municipal viabilizando um veiculo para o transporte de todos os jovens e crianças assentadas conforme previsto no Estatuto da Criança e Adolescente / Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional; 

– Em médio prazo a reinvindicação das famílias assentadas e reassentadas é a construção de uma escola de Educação no Campo dentro 
do Assentamento Dom Orlando Dotti. 

– Instalação de Fossas Sépticas nas propriedades;

– Liberação imediata para as famílias dos créditos emergenciais, conforme compromisso assumido no ato de criação pelo represente da Presidenta do INCRA Sr. Leonardo Goes da Silva e pela Secretária Executiva do MDA, Maria Fernanda Coelho; 

– Implantação de um Programa de ATER conforme compromisso assumido no ato de criação pelo represente da Presidenta do INCRA Sr. 
Leonardo Goes da Silva e pela Secretária Executiva do MDA, Maria Fernanda Coelho. 

– Liberação do Crédito Fomento Mulher; 

– Ampliação e Liberação pela SDR/BNDES do restante dos recursos 
do Programa Camponês; 

– Liberação de máquinas do Governo do Estado na perfuração dos poços, abertura de acesso e cascalhamento das estradas,…Incluímos aqui a liberação de uma Patrulha Agrícola. 

– Abertura imediata das negociações para construção das moradias no Assentamento Dom Orlando Dotti.


MAB e MST

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