MST e MAB ocupam fazenda grilada em Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul
Na madrugada desta segunda-feira (14), Dia Internacional de Luta contra as Barragens, 500 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam […]
Publicado 14/03/2016
Na madrugada desta segunda-feira (14), Dia Internacional de Luta contra as Barragens, 500 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a fazenda Gazola, na região Nordeste do Rio Grande do Sul.
A área tem 500 hectares e está localizada no município de Lagoa Vermelha a dois quilômetros do Centro da cidade. Com a ocupação os militantes denunciam a grilagem da fazenda e reivindicam a sua desapropriação para reforma agrária. É uma terra arrendada, e quem hoje lucra com ela não é o dono, afirma o coordenador do MAB, Arnaldo Pollo.
Os acampados no local são da própria região e a maioria é sem-terra expulsas pela construção de barragens há sete somente no Nordeste gaúcho.
As barragens são grandes indústrias de sem terra: milhares de pessoas perderam suas áreas e, por consequência, seu trabalho, renda e dignidade. Agora estão na luta para tentar se reconstruir, explica Trierveiler, acrescentando que, se a fazenda for desapropriada, o objetivo é acabar com o monocultivo da soja transgênica e investir na produção de alimentos saudáveis.
POR QUE QUEREMOS ESTA TERRA:
– Gerar renda, trabalho e dignidade para muitas famílias: a antiga Fazenda não tem nem mais sede e nem família morando em cima dela. A terra onde não mora ninguém pode tranquilamente abrigar tranquilamente 30 famílias que produzirão, gerando trabalho e renda.
– Ajudar a gerar desenvolvimento para Lagoa Vermelha e região: a implantação de um Assentamento nesta área trará muitos investimentos na construção de casas, estradas, instalação de luz/água, construção das benfeitorias comunitárias e agroindústrias. Haverá mais produção de alimentos (feijão, carne, leite, ovos, milho, verduras, frutas,…) e mais gente comprando e vendendo no comércio do município.
– Produzir alimentos saudáveis:
A partir da ocupação passaremos a plantar alimentos saudáveis. O Brasil é atualmente o campeão no uso de veneno na agricultura. Em média o Brasil consome 7,5 litros de veneno por ano/habitante. Isto envenena o solo, o ar e a água. Envenena quem produz e quem consome. Pretendemos produzir de tudo um pouco e aquilo que realmente vai à mesa (feijão, arroz, verduras, frutas, carne, ovos, queijo,…) da população. Para isto, sempre que é criado um assentamento lutamos junto ao INCRA para os agricultores contarem com a ajuda de uma equipe de Assessoria Técnica.
– Ajudar a melhorar as estruturas de educação e saúde municipal:
Na implantação de um assentamento é prioridade colocarmos na pauta a discussão com Governo Federal e Estadual da construção de uma nova escola de Educação no Campo bem como um posto de saúde no assentamento. Estas estruturas beneficiariam muitas outras famílias moradoras das comunidades e bairros próximos.
– Trazer novos investimentos para a região:
Junto com os assentamentos lutaremos para que venham investimentos para implantar agroindústrias, padarias comunitárias,…
Confira a pauta completa de lutas daquela região:
1 Exigimos do Governo Federal a Criação da Politica de Direitos a
População Atingida por Barragens (PNAB);
– Que o INCRA, MDA e o Governo Estadual cumpram no RS o Decreto 51.595, de 23 de junho de 2014 que institui Politica de Desenvolvimento de Regiões Afetadas por Empreendimentos Hidrelétricos
PDRAEH e a Politica Estadual dos Atingidos Por Empreendimentos Hidrelétricos no RS – PEAEH.
2- Exigimos a aquisição imediata de áreas, próprias para a instalação de novos assentamentos, de todas as famílias sem terra acampadas, atingidas e expulsas por barragens.
3- O reconhecimento real e definitivo do Assentamento Dom Orlando Dotti:
– Abertura de poços artesianos, devido às famílias estarem sem acesso à água potável;
– Abertura de acessos e cascalhamento dos pontos mais críticos das estradas,
– Elaboração, encaminhamento do projeto técnico e definição de um cronograma com metas junto ao Luz Para Todos/RGE para instalação
de energia elétrica para todas as famílias dentro de no máximo 06 meses.
– Convênio junto à prefeitura municipal viabilizando um veiculo para o transporte de todos os jovens e crianças assentadas conforme previsto no Estatuto da Criança e Adolescente / Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional;
– Em médio prazo a reinvindicação das famílias assentadas e reassentadas é a construção de uma escola de Educação no Campo dentro
do Assentamento Dom Orlando Dotti.
– Instalação de Fossas Sépticas nas propriedades;
– Liberação imediata para as famílias dos créditos emergenciais, conforme compromisso assumido no ato de criação pelo represente da Presidenta do INCRA Sr. Leonardo Goes da Silva e pela Secretária Executiva do MDA, Maria Fernanda Coelho;
– Implantação de um Programa de ATER conforme compromisso assumido no ato de criação pelo represente da Presidenta do INCRA Sr.
Leonardo Goes da Silva e pela Secretária Executiva do MDA, Maria Fernanda Coelho.
– Liberação do Crédito Fomento Mulher;
– Ampliação e Liberação pela SDR/BNDES do restante dos recursos
do Programa Camponês;
– Liberação de máquinas do Governo do Estado na perfuração dos poços, abertura de acesso e cascalhamento das estradas,…Incluímos aqui a liberação de uma Patrulha Agrícola.
– Abertura imediata das negociações para construção das moradias no Assentamento Dom Orlando Dotti.
MAB e MST