No RJ, atingidos por barragens protestam no BNDES
Cerca de 350 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocupam na manhã desta quinta-feira, 1º de outubro, o hall da sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e […]
Publicado 01/10/2015
Cerca de 350 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocupam na manhã desta quinta-feira, 1º de outubro, o hall da sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio de Janeiro, para reivindicar o atendimento de suas demandas.
O BNDES tem cumprido um papel estratégico ao impulsionar o desenvolvimento econômico do país. Diante de tal importância não aceitamos ataques de setores conservadores que querem deslegitimar sua atuação com o objetivo de privatizá-lo.
Por outro lado, ao exercer papel tão estratégico, o banco deveria ter uma política mais direta e ágil de inclusão social, com destinação de recursos para programas que atendam pautas de setores organizados da sociedade que visam desenvolver ações de desenvolvimento local.
Sendo que o BNDES é o principal financiador das obras de barragens, logo também é investidor. E, portanto, tem responsabilidade sobre as demandas dos atingidos.
Você sabia?
? Que, entre 2008 e 2014, o BNDES investiu R$ 118 bilhões para projetos de energia elétrica no Brasil?
? Que nesse período, o investimento em hidrelétricas foi deR$ 48 bilhões?
? Que só o gasto para transportar a energia (R$ 28 bilhões) seria suficiente para reassentar em torno de 77 mil famílias!
? Que foi gasto com hidrelétricas entre 2008 e 2014 um montante 3.498% maior do que o total destinado ao Fundo Social do BNDES entre 2002 e 2015?
? Que quem mais se beneficia dos recursos do BNDES são grandes empreiteiras como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS e Odebrecht?
? Que essas empreiteiras não só recebem para construir as hidrelétricas do país, mas também possuem participação acionária nas mesmas. O benefício é duplo!
Diante deste cenário, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) está nas ruas cobrando que o banco execute as reivindicações que estão em processo de negociação desde de 2014. Entre elas:
– Criação de um fundo com destinação de recursos para que, na medida em que haja o investimento na barragem, já possam ser atendidos os direitos e demandas das famílias atingidas, bem como o passivo das obras já construídas;
– Criação de programas de recuperação e desenvolvimento das regiões atingidas, com o objetivo de reparar os prejuízos e recuperá-las;
– Criação de um Comitê Gestor Paritário entre representantes do BNDES e dos atingidos por barragens responsável pela elaboração das propostas e gerenciamento dos recursos;
– Que no financiamento de barragens, o BNDES crie condicionantes sociais com a participação dos atingidos na fiscalização das ações de tratamento social dos respectivos financiamentos;
– Destinação de recursos para a construção de 5 mil unidades daProdução Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS);
– Destinação de recursos para implantação de pequenos projetos produtivos junto à CONAB;
– Destinação de recursos para realização do diagnóstico social, com objetivo de qualificar as necessidades e potencialidades das regiões atingidas;
– Apoio para realizar ações de enfrentamento à crise hídrica;
– Apoio para implementação de placas solares de aquecimento de água;
– Retomar o Fórum de Diálogo com a Sociedade Civil;
– Reformular sua política socioambiental e social;
– Voltar a excluir dos empréstimos empresas flagradas com trabalho escravo;
Os manifestantes ficarão no banco por tempo indeterminado e aguardam audiência com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Assessoria de imprensa:
Thiago Alves (21) 9.9909.6936 (31) 9283-5733