Mulheres atingidas realizam exposição histórica no Memorial da América Latina

Por meio do bordado, atingidas de todo o Brasil inauguram exposição que retrata denúncias de violações de direitos humanos na construção de hidrelétricas A noite desta sexta-feira, 25, marca um […]

Por meio do bordado, atingidas de todo o Brasil inauguram exposição que retrata denúncias de violações de direitos humanos na construção de hidrelétricas


A noite desta sexta-feira, 25, marca um momento muito importante na história de luta das atingidas por barragens de todo o Brasil com a abertura da exposição internacional “Arpilleras: bordando a resistência”.

A partir das 19 horas, no Salão de Atos Tiradentes do Memorial da América Latina, em São Paulo, elas apresentam à população da capital paulista, e aos visitantes de todo o país e do mundo, 25 peças que fazem parte do resultado de um longo processo de oficinas realizadas com mais de 900 mulheres afetadas por projetos hidrelétricos nas cinco regiões Brasil.

As arpilleras são obras que carregam em si histórias profundas de violações dos direitos humanos sofridas pelas mulheres, além de mostrarem o protagonismo e empoderamento feminino na luta contra o modelo energético atual.

Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de várias regiões estarão presentes na abertura e vão apresentar um pouco de sua trajetória. Junto aos bordados das mulheres brasileiras, estarão expostas 12 peças da coleção Conflict Textiles, que reúne histórias de pobreza, repressão policial, desaparecimentos políticos, encarceramento, imigração, minas terrestres ou lutas indígenas de vários países do mundo.

As arpilleras são uma técnica de costura e bordado popularizada mundialmente a partir da oposição realizada ao regime militar chileno (1973 – 1990). Na ocasião, mulheres das periferias de Santiago se utilizavam das roupas de parentes desaparecidos para denunciar as violações de direitos humanos cometidas pelo governo do general Augusto Pinochet.

A técnica das arpilleras foi resgatada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), desde 2013. A curadora chilena Roberta Bacic, que percorre o mundo trabalhando a técnica das arpilleras e organizando exposições, estará presente na abertura do evento e aponta que é um momento “potencial para que as pessoas conheçam e percebam como as mulheres brasileiras atingidas por barragens se apropriaram do conteúdo, da técnica e do espaço para denunciar seus problemas em seus contextos e as violações que sofrem”.

Durante a programação, também estão previstas oficinas de bordados, com o objetivo de problematizar as violações de direitos humanos que envolvem o universo feminino, além de palestras e exibição de filmes.

Veja a programação completa:

Serviço

O que: Exposição “Arpilleras: bordando a resistência”

Quando: de 25 de setembro a 25 de outubro

Onde: Salão de Atos Tiradentes do Memorial da América Latina (Ao lado da Estação Barra Funda do Metrô)

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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