“O imperialismo é nosso principal inimigo”
Reunidos nos dias 10 e 11 de abril no Centro de Recreación Nacional, em Buenos Aires, na Argentina, cerca de 400 jovens de diversos países da América Latina e Caribe […]
Publicado 12/04/2015
Reunidos nos dias 10 e 11 de abril no Centro de Recreación Nacional, em Buenos Aires, na Argentina, cerca de 400 jovens de diversos países da América Latina e Caribe realizaram a IV Assembleia Continental da Juventude da CLOC – Via Campesina. Nos debates, foi consenso que o principal inimigo atualmente é o imperialismo e o atual estágio do capitalismo financeiro.
Os jovens também apontaram o dia 8 de outubro como data para uma luta unitária do campo e da cidade, com acampamentos e mobilizações em todos os países do continente.
Confira a declaração final da assembleia:
Declaração da IV Assembleia Continental da Juventude da CLOC – Via Campesina
Com o lema “Juventude do campo e da cidade, Lutando pela soberania alimentar”, nos dias 10 e 11 de abril de 2015 em Buenos Aires, Argentina, no marco do 17 de abril, dia internacional da luta camponesa, nos reunimos cerca de 400 jovens de todos os países da América Latina e Caribe para intercambiar as diversas experiências de luta da juventude camponesa, indígenas, afrodescendente e urbana de cada um dos nossos países, que nos permitiram construir propostas e acordos concretos para o fortalecimento da articulação juvenil a nível continental.
A juventude do continente americano está consciente de nossa participação nas mudanças que vão direcionadas à construção da unidade popular de toda América, que estamos conseguindo por meio das lutas e resistências permanentes nos territórios.
Temos claro que o imperialismo, a fase atual do capitalismo com suas empresas transnacionais e o capital financeiro é nosso principal inimigo, que cada dia arremete com toda sua violência econômica, política, cultural e social contra a juventude, o que significa:
A privatização, destruição de nossos bens naturais.
A criminalização dos movimentos sociais.
Decomposição da cultura camponesa, indígena, afrodescendente e urbana.
A militarização e a invasão territorial do modelo capitalista por meio do agronegócio, hidronegócio e das grandes empresas extrativistas.
O uso dos meios de comunicação de massa como instrumento de dominação que limitam a liberdade de pensamento.
A adequação das leis impulsionadas pelos governos a serviço das empresas transnacionais e dos interesses do capital.
Chamamos a:
Que as organizações da CLOC-VC se comprometam a acompanhar e fortalecer a participação e integração da juventude em todos os processos organizativos, respeitando a equidade e diversidade de gênero, garantindo dois representantes por organização para a articulação de jovens.
Que nos processos formativos haja um mínimo de 50% de jovens homens e mulheres.
Construir a aliança de jovens do campo e da cidade.
Nos comprometemos a:
Construir o internacionalismo dos jovens.
Avançar numa grande articulação e lutas unitárias entre os jovens do campo e da cidade.
Promover o intercâmbio entre as organizações a nível regional e continental.
Fortalecer a implementação da agroecologia, base fundamental da soberania alimentar.
Fortalecer e se apropriar dos espaços de formação ideológica, política e técnica, assim como buscar e consensuar linhas comuns de formação a nível latino-americano que se complementem nas formas e nos métodos, levando em conta a pluralidade do continente para multiplicar e formar nossos próprios técnicos e formadores.
Gerar e fortalecer mecanismos de comunicação dentro e fora de nossas organizações que nos permitam gerar canais de comunicação mais objetivos, democráticos e participativos com o fim de elaborar uma agenda de ação comum.
Impulsionar uma campanha contra a violência do capital contra a juventude que inclui a militarização, a opressão contra a diversidade de gênero, o extermínio da juventude, entre outras violências.
Construção e continuidade dos acampamentos regionais de jovens do campo e da cidade da CLOC-VC.
Reafirmamos o dia 8 de outubro como dia de luta continental dos jovens.
Por último nos solidarizamos com:
As famílias dos 43 estudantes desparecidos em Ayotzinapa assim como de toda juventude exterminada em todo o continente; a luta pela independência de Porto Rico; as e os presos políticos de nossa América Latina e Caribe, exigindo sua liberdade imediata;
Assim como nos manifestamos:
Contra a perseguição e criminalização da luta social que se dá em países como Paraguai, Honduras, Guatemala, Colômbia; contra o bloqueio a Cuba; e pela retirada da Minustah do Haiti.
Contra o capitalismo pela soberania de nossos povos
América unida segue em luta!!!