Em MG, atingidos se reúnem com presidente da CEMIG

Presidente Mauro Borges  afirma que a criação de uma Política Estadual para os atingidos facilitaria o trabalho da empresa.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) se reuniu na noite desta quarta-feira (11) com Mauro Borges, presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). No encontro, atingidos por barragens, incluindo pescadores e indígenas, apresentaram à direção da empresa uma pauta onde reivindicam que a CEMIG mude sua postura histórica de desrespeitar as famílias atingidas, destruir o meio ambiente causando graves danos para qualidade de vida das populações, além de criminalizar toda forma de luta pelos direitos.

Entre as principais reivindicações está a criação de uma Política Estadual de Direitos para os Atingidos. Joceli Andrioli, membro da coordenação nacional do MAB, fez um histórico das negociações com o Governo Federal, a partir do Decreto Presidencial em 2009 que instituiu o cadastro sócio-econômico, e que prevê a criação de uma Política Nacional para os atingidos.

“É necessário que haja uma legislação que fundamente os direitos das famílias, um órgão público responsável que coordene e implemente a política. Não podemos ficar como em Brasília, jogados de um ministério para outro, sem respostas. Se todas as secretarias assumirem, ninguém faz”, afirmou. A Política Estadual também prevê a existência de um fundo com os recursos que garanta a execução de tudo que for previsto em lei.

Mauro Borges elogiou a proposta e afirmou que “a criação de uma Política Estadual para os atingidos facilitará o trabalho da empresa”. Ele propôs a criação imediata de uma Mesa Permanente de debate e negociação entre os atingidos por barragens e a empresa com a participação dos trabalhadores do setor representados pelo Sindieletro. “Nesta mesa, vamos discutir todas as questões relacionadas às questões dos atingidos, incluindo como vai ser esta Política Estadual que deve estar integrada a secretarias e outros órgãos do estado”, afirmou.

MAB conquista diagnóstico inédito da CEMIG em Irapé

 Mauro Borges também se comprometeu a fazer um diagnóstico em parceria com a Fundação João Pinheiro em toda a região atingida pela barragem de Irapé. Aline Ruas, coordenadora estadual do MAB, reafirmou as denúncias feitas na Audiência Pública realizado ontem na ALMG que debateu a situação dos atingidos no estado. “A vida dos pescadores, indígenas e todos os moradores que dependem do Rio Jequitinhonha ficou pior porque os peixes estão morrendo, as pessoas ficaram doentes, muitas tiveram que deixar suas casas”, lembrou.

Também foi questionado a construção do mineroduto da Sul Americana de Metais (SAM) que irá captar 6.200 metros cúbicos de água por hora na represa de Irapé para transportar minério. “Somos contra a construção do duto, achamos que a água tem que ser usada para gerar energia sem comprometer a vazão do rio”, conclui Joceli Andrioli.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) continuará acampado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Durante a tarde de hoje haverá um ato na Cidade Administrava com mais de 400 pessoas. Uma comissão será recebida por representantes do secretariado do governador Fernando Pimentel. Amanhã, o MAB se reunirá com outras organizações populares para lutar pelos direitos dos trabalhadores e em defesa da Petrobrás.