Atingidos acampam em frente a ELEKTRO para denunciar aumento de mais de 37%

Na manhã desta última quarta-feira (27) cerca de 80 pessoas  acamparam em frente a sede da Elektro  na cidade de Registro. Os manifestantes denunciaram o aumento abusivo de 37,78 % […]

Na manhã desta última quarta-feira (27) cerca de 80 pessoas  acamparam em frente a sede da Elektro  na cidade de Registro. Os manifestantes denunciaram o aumento abusivo de 37,78 %  autorizado pela Agência Nacional de energia elétrica que passa a valer a partir de hoje para 2,4 milhões de consumidores, principalmente no interior de São Paulo.

Na casa de uma família atendida pela ELEKTRO onde a conta mensal de energia elétrica é de R$ 60,00 , a partir de hoje com o aumento ficará R$ 82,66.  Nesta família serão R$ 22,66 a mais nas contas pela mesma quantidade de energia.

De acordo com o balanço da própria empresa, a receita líquida da Elektro neste último ano foi de R$ 3,55 bilhões de reais, representando um lucro de R$ 323 milhões aos acionistas privados. O lucro será ainda maior após o aumento.

O coordenador do MAB, Ubiratã de Souza Dias destacou que o culpado pelo aumento não é a falta de chuva. “Esse aumento é um absurdo. A culpa não é da seca. Há muito tempo o setor energético privado vem inflacionando o preço de venda da energia na geração.

A empresa, antes controlada pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp), foi privatizada e entregue às mãos da empresa norte americana ENRON, em julho de 1998 durante a era das privatizações do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Posteriormente, em 2001, a ENRON entrou em processo de falência nos EUA e a ELEKTRO passou por uma série de mudanças de acionistas até que em abril de 2011  foi adquirida pela IBERDROLA, empresa espanhola que atua em 40 países.

Ubiratã ainda condenou o golpe nas contas de energia elétrica. Após não renovarem as concessões no ano de 2013, as empresas controladas por governos do PSDB ( MG, PR e SP) estão vendendo a R$ 822/1.000 kW enquanto as estatais vendem a mesma quantidade de energia por R$ 32.“Hidrelétrica privadas chegaram a vender energia mais de 8 vezes mais caro do que hidrelétricas estatais. Acreditamos que a população não deve pagar essa conta. Nós não devemos ser prejudicados para garantir o lucro do setor privado”, afirmou o coordenador.

Após o acampamento em frente a empresa, os manifestantes saíram em passeata pelas ruas da cidade até o centro de Registro onde distribuíram panfletos à população afim de denunciar o aumento e explicar à população os reais motivos desse reajuste.

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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