Força Nacional atira em pescadores em Belo Monte

Na noite dessa segunda-feira (12) cerca de dois mil pescadores bloquearam as entradas do Sitio Pimental, Sitio de Belo Monte e km 18, ambas dão acesso aos canteiros de obra […]

Na noite dessa segunda-feira (12) cerca de dois mil pescadores bloquearam as entradas do Sitio Pimental, Sitio de Belo Monte e km 18, ambas dão acesso aos canteiros de obra de Belo Monte.  O objetivo é reivindicar compensações para a atividade pesqueira no Xingu, impedida pela construção da hidrelétrica.

A Força Nacional repreendeu os manifestantes disparando balas de borracha e gás lacrimogêneo, ferindo 10 pescadores. Revoltados com a ação da Força Nacional os pescadores queimaram um ônibus do consorcio construtor da barragem.

Entre as reivindicações está a construção de portos de embarque e desembarque de pescados, indenização pelo tempo de impedimento da pesca e para todos os removidos de suas áreas, garantia de assistência técnica, entre outras.

Os pescadores já bloquearam outras vezes os canteiros de Belo Monte para garantir seus direitos e a Norte Energia vem descumprindo todos os acordos com a categoria. “A luta para garantir nossos direitos tem sido diária e agora estamos dispostos a permanecer nos locais até nossa pauta ser atendida”, afirmou Jacomo, presidente da Colônia de Pescador de Vitória do Xingu.    

 

Além de serem atingidos em sua atividade econômica, muitos dos pescadores são moradores dos baixões, são afetados pelas cheias da cidade de Altamira e ainda serão atingidos diretamente pelas águas quando a barragem estiver construída. Os moradores dessas áreas também sofrem com as indefinições da Norte Energia, que não realocou os atingidos. Muitos continuam acampados no Parque de Exposição e outros voltaram para a área alagada à espera da transferência para o reassentamento. 

“Este é mais um exemplo do descaso da Norte Energia com os atingidos por Belo Monte e a cumplicidade do Estado”, afirmou Edzangela, militante do MAB na região.

Participam da atividade pescadores dos municípios de Altamira, Vitória do Xingu, Souzel, Comunidade de Belo Monte, Porto de Moz. A ação tem apoio do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

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