Ibedrola: CULPADA!

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Energia suja, maquiagem verde, microssalários, insegurança no trabalho, terceirização, monopólio, colonização, evasão fiscal, destruição social e ambiental, corrupção, violação de direitos humanos… A transnacional vasca Iberdrola foi declarada CULPADA pelo Tribunal Popular instaurado por mais de 30 movimentos sociais de 16 países no centro antigo de Bilbao nessa quarta-feira (30).

Mais de vinte testemunhas dos crimes perpretados pela Iberdrola do hemisfério norte ao sul fizeram as acusações. No Brasil, a transnacional se apresenta como Neoenergia e está presente no consórcio dono da barragem de Belo Monte, no Pará, e na barragem de Baixo Iguaçu, no Paraná, entre outras do setor elétrico, na geração e distribuição.

Também houve acusações contra sua participação em projetos de energia eólica em Oaxaca, no México, e em Creta, na Grécia, e em usinas de energia nuclear e hidrelétrica na Espanha. Além disso, trabalhadores da empresa denunciaram as péssimas condições de trabalho, incluindo terceirização, jornadas excessivas e proibição da atividade sindical.

Após o julgamento, os participantes fizeram uma marcha pelas ruas de Bilbao. A marcha iniciou em frente ao banco BBVA, também acusado de violar os direitos humanos e destruir o meio ambiente no mundo todo devido aos projetos do setor energético e armamentício que financia. Dois ativistas chegaram a mergulhar na fonte em frente à sede do banco, sob um frio do inverno vasco, para chamar atenção para esses problemas.

Sob a luz de velas, em homenagem aos companheiros assassinados na luta contra as transnacionais, os manifestantes marcharam até a sede da Iberdrola, um prédio imenso diante dos outros de Bilbao, e que custou aos cofres públicos da capital do País Vasco 20 milhões de Euros. Uma batucada de jovens puxou as duas fileiras, com ritmos brasileiros. 

“A Iberdrola tem dívidas históricas com o Brasil, o México, a Guatemala, a Colômbia e também com os companheiros aqui do País Vasco. A Iberdrola faz propaganda de que produz uma energia limpa, mas na verdade, produz energia suja de sangue em nossos países”, afirmou Leonardo Bauer, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) do Brasil.

As entidades participam nessa semana do Seminário Internacional “Alimentos, água e energia não são mercadorias”, organizado pelo MAB e pela Mundubat.