Atingidos por Belo Monte conquistam audiência pública
Famílias atingidas por Belo Monte da cidade de Altamira ocuparam hoje (7) reunião do Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS Xingu). Esse conselho gerencia os R$ 500 milhões em recursos […]
Publicado 07/05/2013
Famílias atingidas por Belo Monte da cidade de Altamira ocuparam hoje (7) reunião do Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS Xingu). Esse conselho gerencia os R$ 500 milhões em recursos públicos a serem aplicados nos onze municípios prejudicados por Belo Monte. O principal ponto de reivindicação era audiência pública com os diretores do IBAMA, da Norte Energia (dona de Belo Monte), do BNDES e com o Ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria da Presidência da República.
A audiência foi marcada para o dia 28 de maio. Os manifestantes se mostraram indignados com a truculência da Norte Energia e com a fragilidade e omissão do governo federal, deixando os atingidos à mercê de sua própria sorte, perante a fúria violenta do capital. “Os governos têm o dever de defender o povo. Foi para isso que votamos em vocês. Que cobrem (direitos) da Norte Energia. A gente está triste com o que anda acontecendo e quer saber a verdade sobre o que vai ser de nós”, disse Raquel, uma das atingidas.
Johnanes, Diretor do PDRS Xingu, se justificou, afirmando que “as câmaras técnicas estão olhando os vários aspectos, saúde, educação, mas não temos poder de fiscalização da empresa. Porém vamos levar as demandas de vocês aos responsáveis”. Disse ainda que para a audiência “vamos trazer representantes com informações precisas e verdadeiras para vocês”.
Iury, da Coordenação Nacional do MAB, defendeu o diálogo transparente e sincero como o meio de passar das lamentações às soluções verdadeiras. E criticou duramente as casas de concreto, que a Norte Energia quer impor à população: “não se pode chamar isso de reassentamento, que supõe um conjunto de elementos e estruturas que garantam a qualidade de vida do povo e sua subsistência”.
O MAB avalia que essa manifestação de hoje foi importante para avançar a luta unitária e criar condições para que o povo seja ouvido. Belo Monte está sendo implantado sem ouvir os atingidos e sem cumprimento das condicionantes, num desrespeito ao que manda a Constituição Federal.