Sobre a barragem
Uma das mais polêmicas obras em andamento no país, a barragem de Belo Monte está sendo construída no rio Xingu, no estado do Pará. Planejada para a ser a segunda […]
Publicado 02/05/2013
Uma das mais polêmicas obras em andamento no país, a barragem de Belo Monte está sendo construída no rio Xingu, no estado do Pará. Planejada para a ser a segunda maior barragem do país, atrás apenas de Itaipu, a barragem de Belo Monte vai desalojar ao menos 30 mil pessoas só na área urbana de Altamira. Com previsão de começar a operar em fevereiro de 2015, a obra já deixa um rastro de violação de direitos humanos e desrespeito aos povos tradicionais e à biodiversidade.
Os primeiros estudos para construção de uma barragem na região da Volta Grande do Xingu datam da década de 70, ainda sob a ditadura militar. Em décadas, o projeto esbarrou na resistência dos movimentos sociais, em especial dos indígenas. Por conta dessa resistência, o projeto original, que incluia mais de uma barragem e uma área alagada maior, foi modificado até o atual.
Belo Monte prevê a construção de uma barragem principal no leito do rio Xingu a cerca de 40 km de Altamira, no chamado Sítio Pimental. De lá, sairá um canal de derivação, de 20 km de distância, para a casa de força principal, no sítio Belo Monte. Por conta dessa engenharia, a Volta Grande do Xingu, um trecho de 100km rico em biodiversidade e que banha áreas indígenas, terá sua vazão reduzida.
Além dos impactos ambientais e sociais da obra, Belo Monte é alvo de críticas pela sua possível baixa eficiência e alto custo, já que, apesar de ter a capacidade de gerar até 11.233 MW, sua média de geração deverá ficar por volta de 4.571 MW devido ao regime de cheias do Xingu.
Rio: Xingu
Município: Altamira e Vitória do Xingu
Estado: Pará
Região: Norte
Dono: Norte Energia S.A, com a seguinte composição acionária: as estatais Eletrobras (15,00%), Chesf (15,00%) e Eletronorte (19,98%), os fundos de pensão Petros (10,00%) e Funcef (10,00%), Belo Monte Participações S.A./Neoenergia S.A.(10,00%), Amazônia/Cemig e Light (9,77%), Vale (9,00%), Sinobras (1,00%) e J.Malucelli Energia (0,25%).
Potência instalada: 11.233 MW
Energia firme: 4.571 MW médios
Área do reservatório: 516 km²
Altura: 93 m
Número de turbinas: 18 tipo francis na casa de força principal e 6 tipo bulbo na casa de força complementar
Data da licitação: 13/10/2010
Estágio no licenciamento: licença de instalação deferida
Entrada em operação: previsão de ligar a primeira turbina em junho de 2015 e atingir a capacidade total em 2019.
Custo estimado: R$ 28,9 bilhões
Financiadores: BNDES (R$ 22,5 bilhões)
Construtora: Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), formado pelas empreiteiras Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS, Queiroz Galvão, Contern , Galvão Engenharia, Cetenco , J. Malucelli e Serveng.
Número de trabalhadores no pico da obra: 28 mil (2013 a 2014)
População atingida: ao menos 40 mil pessoas. Somente na cidade de Altamira, foram cadastradas 7.790 famílias.