Agricultores da Transamazônica cobram direitos do poder público
Após fazer um protesto que trancou a Transamazônica na semana passada, os agricultores da região de Altamira conseguiram realziar uma reunião com autoridades nesta segunda-feira (22) para exigir seus direitos. […]
Publicado 23/04/2013
Após fazer um protesto que trancou a Transamazônica na semana passada, os agricultores da região de Altamira conseguiram realziar uma reunião com autoridades nesta segunda-feira (22) para exigir seus direitos. Entre os principais pontos da pauta estava o acesso à energia elétrica, reformas e sinalização nas estradas, acesso ao transporte escolar e regularização fundiária.
Somente entre a cidade de Altamira e o km 40 da Transamazônica, há mais de 100 famílias sem acesso à energia elétrica, mesmo morando debaixo de um linhão. Diante desse diagnóstico, Cleide, representante da Casa de Governo, , ligada à Secretaria da Presidência da República, anunciou a retomada do programa Luz Para Todos na região, congelado desde a falência da distribuidora Celpa.
Com relação às estradas, os moradores vivem o problema crônico da falta de asfaltamento em trechos da Transamazônica e da má condição das pontes (simples tocos de madeira). Com o aumento do trânsito devido à construção da barragem de Belo Monte, tem crescido muito o número de acidentes, por isso os moradores exigem que o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) construa lombadas e melhores a sinalização.
O DNIT se comprometeu a concluir, até fevereiro de 2014, o asfaltamento completo do trecho da Transamazônica entre Altamira e Medicilândia, além de realizar as obras pendentes ainda neste ano nas vicinais 11 e 12 e atualizar os projetos das pontes de concreto (atualmente, as pontes da rodovia são de maneira).
Com relação ao transporte escolar, foi a vez da prefeitura de Altamira, representada pelo secretário administrativo, Fabiano Bernardo, se comprometer a realizar os novos contratos com motoristas e pagar os salários atrasados dos atuais.
Sobre a regularização fundiária, na comunidade da Pioneira, por exemplo, uma das mais antigas regiões de colonização da Transamazônica, 37 das 75 famílias moradoras não possuem terras e as que possuem, sem condições de produzir, estão se vendo forçadas a vender seus lotes para fazendeiros. Diante desse problema, o Incra anunciou que vai incluir a região no programa Terra Legal e solicitou o cadastramento das famílias sem terra.
Os agricultores reconheceram o avanço da pauta no diálogo com as autoridades, mas continuarão mobilizados para garantir que as promessas realmente saiam do papel. O próximo passo é unir a pauta com os demais atingidos pela barragem de Belo Monte e somar forças.
A atividade foi organizada pela Comissão Justiça e Paz e pela associação da Vila Piauiense, com apoio do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).