10 meses sem Ednaldo: MAB cobra justiça e regularização da ocupação em Vitória do Xingu
Famílias seguem em luta por justiça e agilidade na reforma agrária
Publicado 10/12/2025 - Actualizado 10/12/2025

Em alusão aos 10 meses do assassinato do companheiro Ednaldo Palheta e ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, 09 de dezembro, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o INCRA de Santarém, a Delegacia de Conflitos Agrários (DECA) e a diretora da Câmara Nacional de Conflitos Agrários do INCRA de Brasília, Karolina Morishita, realizaram uma vistoria técnica na ocupação Ednaldo Palheta, localizada em Vitória do Xingu (PA). Atualmente vivem, em média, 200 famílias, que seguem em resistência diária, organizadas para defender o território e o direito à terra.

A atividade teve como objetivo dialogar com as famílias acampadas, ouvir suas demandas e prestar esclarecimentos sobre a situação fundiária da área. Durante a vistoria, a comunidade foi ouvida e houve o compromisso das instituições em dar celeridade às pautas dos agricultores, que aguardam uma solução concreta para os conflitos e para o avanço do processo de reforma agrária, garantindo o direito de produzir e viver com dignidade, segurança e proteção da vida.
Passados 10 meses do assassinato de Ednaldo Palheta, a impunidade ainda marca esse crime brutal, que evidencia a violência no campo e a perseguição histórica contra trabalhadores e trabalhadoras rurais que lutam pelo direito à terra. O MAB denuncia que a morosidade nas investigações e a falta de respostas efetivas do Estado aprofundam o cenário de insegurança vivido pelas famílias.
O movimento reafirma que a ocupação Ednaldo Palheta é fruto da luta legítima dos atingidos e atingidas, e cobra que a área seja reconhecida como assentamento de reforma agrária, como forma de garantir justiça, memória, verdade, e a não repetição da violência que ceifou a vida do companheiro.

“A importância de nos mantermos organizados é fundamental, porque só a unidade do povo garante nossos direitos. Seguimos firmes na luta pela terra, pela reforma agrária e pela dignidade das famílias do campo. Não é só por nós, é pelas próximas gerações”, afirma Ricardo Santos, integrante da coordenação do MAB.
Para o MAB, não há direitos humanos sem acesso à terra, sem justiça e sem proteção às famílias camponesas. A luta por Ednaldo é a luta por todas e todos que seguem resistindo.
Ednaldo Palheta, presente! Hoje e sempre!
