MAB entrega primeiras tecnologias sociais de água e saneamento em Rondônia
Implementadas pelo MAB e ADAI, as tecnologias sociais de água e saneamento do projeto Sanear Amazônia do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) começam a ser entregues nas comunidades atingidas em Porto Velho
Publicado 28/11/2025 - Actualizado 02/12/2025

Desde março de 2025, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), em Rondônia, por meio da Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI), está implementando em comunidades atingidas de Porto Velho (RO) o projeto Sanear Amazônia, com água e saneamento básico para as famílias atingidas pela crise climática na Amazônia.
Já foram realizados cadastros das famílias contempladas, bem como oficinas de capacitação de gestão comunitária da água e de equipes de pedreiros. Nos últimos dias, foram entregues as primeiras tecnologias sociais: uma de sistema comunitário na comunidade de Betel e um sistema individual na comunidade de Belmont.
Maurício Ramos, militante do MAB e membro da coordenação do projeto, explica a diferença entre as duas tecnologias: “Na tecnologia social autônoma, a família tem um reservatório individual elevado de 1.000 litros responsável pelo abastecimento da instalação sanitária domiciliar (ISD) e um reservatório adicional de 5 mil litros destinado à ampliação da capacidade de armazenamento da água da chuva. A água é captada da chuva por meio do telhado e pelas calhas, que passa por um dispositivo de descarte da primeira água da chuva, sendo uma etapa essencial para a retenção de impurezas iniciais. Além da construção de um banheiro adequado, trazendo saneamento básico e dignidade para a família, fornecendo três pontos de água no banheiro e um na pia da cozinha”.

“Já o sistema comunitário consiste na construção de três estruturas individuais próximas, sendo uma unidade de tratamento, uma de reservação e outra de distribuição. A primeira estrutura mede oito metros e é utilizada para distribuição de água; a segunda é onde a água passa por um processo de tratamento e filtragem através de manta de drenagem e areia. Já a terceira estrutura serve como um sistema de armazenamento. Além de toda essa estrutura, o sistema comunitário recebe um aerador, que solidifica a ferrugem presente na água. Esse sistema usa fontes adicionais, como rio e poço, com uma rede de distribuição interligadas que leva água para as residências, com pontos de distribuição de água”, conclui Maurício.

Para Joana Darque, atingida da comunidade de Belmont, que mora com o marido e cinco filhos há quatro anos na comunidade, viu ser possível, aos 60 anos, conquistar o seu primeiro banheiro completo. “Estou super alegre e feliz por fazer parte desse projeto. Graças a ele estou tendo meu primeiro banheiro. Não só eu, né? Muitas outras pessoas da comunidade que precisam também” conclui.

O Sanear Amazônia
O Sanear Amazônia é uma iniciativa coordenada pelo Memorial Chico Mendes em parceria com o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), por meio do Programa Cisternas do Novo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – e do Fomento Rural. Conta, ainda, com o apoio das entidades executoras: Instituto Desenvolver (ID), Instituto Vitória Régia (IVR), Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC), Associação de Mulheres do Baixo Cajari (AMBAC) e Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI).
O programa tem o objetivo de promover acesso à água para o consumo humano em comunidades extrativistas e ribeirinhas da Amazônia por meio da disponibilidade das tecnologias sociais Sistema de Acesso à Água Pluvial Multiuso Comunitário e Sistema de Acesso à Água Pluvial Multiuso Autônomo, já tendo beneficiado mais de três mil famílias na região.

Em Rondônia, o projeto é resultado da luta do MAB, que apresentou, em 2024, as demandas de famílias atingidas pela crise climática para o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias. O processo está em fase de implementação e contemplará 800 famílias, sendo 398 tecnologias sociais implementadas pela Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI) e 402 pelo Instituto Vitória Régia (IVR).
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