Movimento dos Atingidos Por Barragens celebra o fortalecimento da inclusão dos Ribeirinhos na Educação Superior

O MAB celebra a aprovação do projeto de lei pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara, que inclui estudantes ribeirinhos nas cotas para o ensino superior

Universitários, movimento estudantil, coletivos e movimentos sociais durante a entrega de uma carta de apoio institucional endereçada ao reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Prof. dr Gilmar Pereira, em apoio ao pedido de reserva de vagas para estudantes ribeirinhos nos processos seletivos da universidade. Foto: Jordana Ayres / MAB

O Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB) celebrou a aprovação do projeto de lei que inclui os estudantes ribeirinhos entre os beneficiários de cotas para o ingresso no ensino superior, pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (16). Esse momento foi um passo fundamental para garantir o acesso à educação de qualidade para essas comunidades que, historicamente, têm enfrentado invisibilidade nas políticas públicas. Uma conquista importante para a educação e desenvolvimento sustentável dessas comunidades.

Para a militante do MAB “garantir a democratização da educação e acesso dos sujeitos ribeirinhos ao ensino superior possibilita novas perspectivas de futuro e fortalece os territórios ribeirinhos“ Foto: Jordana Ayres / MAB

Com a relatoria da deputada Célia Xakriabá, o Projeto de Lei 2117/24 traz esperança para aqueles que vivem em estreita relação com nossos rios. A educação superior pode transformar a realidade ribeirinha, permitindo que esses jovens retornem às suas comunidades com conhecimentos que valorizem e impulsionem iniciativas de saúde, sustentabilidade e empreendedorismo. O projeto ainda precisa ser aprovado na Câmara e no Senado.

“Receber a notícia da inclusão dos Ribeirinhos na lei de cotas é um passo importante para que a lei ganhe força e seja aprovada na Câmara e no Senado. Com certeza, essa notícia fortalece a nossa luta pela política de reserva de vagas e permanência de ribeirinhas e ribeirinhos na Universidade Federal do Pará, um processo iniciado desde 2022, de autoria da ribeirinha e doutoranda Camila Favacho, junto ao Coletivo Campesino Amazônico, do qual também faço parte”, afirmou Odenira Dias, militante do MAB, ribeirinha da Comunidade Mapirai de Baixo (Cametá/PA) e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas da UFPA.

A educação superior pode transformar a realidade ribeirinha, que muitas vezes ficam a margem das politicas públicas. Foto: Jordana Ayres / MAB

No dia 18 de agosto de 2025, em cumprimento a uma das recomendações do parecer da Superintendência de Políticas Afirmativas e Diversidade (Diverse/UFPA), foram entregues as cartas de apoio ao reitor da UFPA, professor Dr. Gilmar Pereira. O MAB esteve presente nesse evento, levando suas assinaturas coletadas, reforçando o compromisso com a causa. ‘’É importante esse avanço e essa garantia de um direito fundamental para a democratização da educação, levando em consideração todos os enfrentamentos históricos e violações das nossas populações ribeirinhas, como precariedade nas infraestruturas, acesso à educação de qualidade e água potável. Também somos atingidos por grandes empreendimentos e ficamos à margem das políticas públicas de Estado. Garantir a democratização da educação e o acesso desses sujeitos ao ensino superior possibilita novas perspectivas de futuro e fortalece os próprios territórios ribeirinhos”, Afirmou Odenira.

O MAB participou ativamente dessa luta, realizando plenárias e coletando assinaturas para somar nessa luta e continuará acompanhando os próximos passos até a aprovação final na Câmara e no Senado. “É hora de avançar e estaremos ativamente organizados, lutando pela garantia dos nossos direitos”, concluiu a militante.

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