NOTA | MAB denuncia reajuste na conta de luz no Estado do Pará 

O Pará paga a conta mais cara do Brasil, mesmo sendo o estado onde estão instaladas as duas maiores hidrelétricas do país: Belo Monte e Tucuruí

Foto: Marcelo Aguilar
Foto: Marcelo Aguilar / MAB

A partir desta quinta (07), os consumidores atendidos pela empresa Equatorial Pará vão pagar, em média, 3,74% a mais pela energia elétrica. O reajuste tarifário foi homologado na última segunda-feira (05), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

É inaceitável que, em um contexto de crise econômica, os consumidores do Pará enfrentem aumento na tarifa de energia elétrica. Este reajuste, homologado pela Aneel, é um verdadeiro ataque às famílias que já lutam para manter suas contas em dia e garantir o básico para suas casas.

Nós, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Pará, estamos há anos denunciando esses reajustes absurdos. Enquanto o Estado é um dos maiores geradores de energia e tem nossas florestas, rios e povos prejudicados por isso, a tarifa de energia elétrica não para de subir. Essa disparidade revela um projeto econômico que só explora e destrói às custas do empobrecimento e adoecimento da nossa população.

”O MAB recebe com muita indignação a decisão da ANEEL de conceder aumento de 3,74 % nas contas do povo paraense. O processo de privatização da Celpa acarretou em aumentos abusivos das contas de luz do povo, nos colocando no patamar de umas tarifas mais caras do Brasil. E por outro lado, não representou nenhuma melhoria na qualidade dos serviços prestados à população.”, afirmou Iury Paulino, da Coordenação Nacional do MAB.

Produzimos muito, mas pagamos caro por isso. A conta não fecha! 

Foto: Carol Ferraz / Amigos da Terra Brasil
Equatorial Energia, empresa privada de distribuição e geração de energia do estado do Pará. Foto: Carol Ferraz / Amigas da Terra Brasil

A Hidrelétrica de Tucuruí e a de Belo Monte, ambas localizadas na Amazônia paraense, desde a sua construção têm gerado impactos ambientais e sociais profundos, que ainda reverberam nas comunidades locais. Embora essas hidrelétricas produzam uma quantidade significativa de energia, boa parte dela é direcionada para outros estados. Enquanto os cidadãos do Pará, que suportam os custos sociais e ambientais dessa geração, continuam a arcar com tarifas altas de energia. Essa injustiça revela um modelo econômico que marginaliza as vozes e as necessidades da população local, transformando recursos essenciais em mercadorias.

O MAB convoca todos os cidadãos a se manifestarem, exigindo que os preços da energia sejam justos e condizentes com a realidade da população. Chega de aceitar aumentos abusivos que comprometem a qualidade de vida das famílias paraenses. Vamos juntos exigir uma energia acessível e digna para todos!

Água e energia não são mercadorias!


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