Quase 9 milhões de pessoas moram em áreas de risco, revela estudo do governo federal
Levantamento mostra que mais de um terço do total de municípios brasileiros tem moradores em áreas de risco para deslizamentos, enxurradas e inundações. O que indica um aumento de 140% em relação ao apontado há 12 anos
Publicado 22/01/2024 - Atualizado 22/01/2024
Ao menos 8,9 milhões de brasileiros moram em áreas de risco. É o que revela um estudo do governo federal, divulgado nesta quinta-feira (18), mostrando que em 1.942 municípios, mais de um terço do total, há pessoas suscetíveis a desastres naturais, como deslizamentos, enxurradas e inundações.
De acordo com o estudo, as 10 cidades com maior número de áreas de risco são: São Paulo, Teresópolis (RJ), Blumenau (SC), Petrópolis (RJ), Nova Friburgo (RJ), Maceió, Fortaleza, Belo Horizonte, Jaboatão dos Guararapes (PE) e Salvador (BA). A capital baiana lidera o dado negativo, uma vez que tem mais de 1,2 milhão de moradores em áreas de risco, o que representa 50,3% da população.
Por região, Sudeste e Nordeste têm o maior número de municípios com áreas de risco. O estado de Minas Gerais, por exemplo, é o que registra o maior número de cidades na lista, com 283. A unidade federativa com a maior população exposta a áreas suscetíveis a desastres naturais, contudo, é São Paulo, onde 1.552.836 estão nessa situação.
Mais de 23 mil ocorrências
O resultado também indica um aumento de quase 140% em relação há 12 anos. Um estudo do governo federal feito na época identificou 821 municípios com áreas de risco. O atual levantamento é um esforço interministerial e reúne a Casa Civil com os ministérios de Desenvolvimento Regional, das Cidades, da Ciência e Tecnologia, de Minas e Energia e do Meio Ambiente. A partir dessas informações, o objetivo, segundo o governo, é usar os dados para direcionar os recursos federais para a Defesa Civil e o desenvolvimento de ações nessas localidades.
Entre 1991 e 2022, o relatório aponta que foram registradas 23.611 ocorrências de desastres naturais em todo país. Os episódios levaram a 3.890 mortes e 8.226.314 desalojados ou desabrigados. Entre as metas listadas, o governo pretende também garantir recursos para prevenção de desastres por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em setembro do ano passado, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou que, até 2026, o Novo PAC destinará R$ 14,9 bilhões para a iniciativa. Nesta semana, temporais deixaram rastro de destruição em diversas cidades do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, com mortes e milhares de desabrigas. Uma situação trágica que pode aumentar dado o crescimento de eventos extremos com as mudanças climáticas.
(*) Com informações do portal g1
Este conteúdo foi publicado originalmente na Rede Brasil Atual.