No dia 14 de março, atingidas e atingidos resistem em defesa da vida
Todos os anos, o Movimento dos Atingidos por Barragens organiza uma série de ações relacionadas ao dia 14 de março. A data é bastante importante e simbólica na trajetória dos […]
Publicado 10/03/2020
Todos os anos, o Movimento dos Atingidos por Barragens organiza uma série de ações relacionadas ao dia 14 de março. A data é bastante importante e simbólica na trajetória dos atingidos por barragens no Brasil. É um dia de luta, em defesa da vida e dos direitos, para que exista uma justa reparação a todas as famílias vítimas de crimes cometidos pelas empresas e pela falta de políticas governamentais adequadas.
Neste sentido, o MAB convoca todos os atingidos, aliados, parceiros e sociedade em geral a participar desta tradicional jornada. Na edição de 2020, as populações atingidas lembram os crimes ocorridos por consequência da problemática em torno das barragens; como nos casos mais emblemáticos em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.
Em defesa da vida, nossa jornada de lutas denuncia também os assassinatos de lideranças mulheres das organizações de atingidos como: Berta Cáceres, em Honduras, Nicinha e Dilma Ferreira, na região norte; além da figura política da vereadora Marielle Franco, que foi assassinada no Rio de Janeiro. Em todos os casos, é flagrante a impunidade.
Em outros países, por meio do Movimiento de Afectados por Represas (MAR), os atingidos por barragens buscam denunciar a impunidade das empresas transnacionais e cobram solução para a questão em seus países bem como realizam também a defesa das águas e dos rios.
Ampliando a luta por direitos neste ano, o MAB retoma a campanha que denuncia que “o preço da luz é um roubo”. O governo Bolsonaro alterou o decreto que garantia o desconto nas tarifas de energia para os pequenos agricultores. A medida entrou em vigor em janeiro deste ano e vai gerar um aumento nas contas de luz acima de 40%, nos próximos cinco anos, a todos os mais de quatro milhões de consumidores rurais. O MAB considera um absurdo aumentar o preço da luz para os camponeses que produzem alimentos para toda a população brasileira, quando a medida serve somente aos interesses dos grande empresários do setor elétrico.
Na perspetiva deste governo, o corte pode ser estendido para o subsídio da Tarifa Social de Energia, que é paga pelos consumidores de baixa renda. Se isso ocorrer, cerca de nove milhões de famílias serão afetadas com grandes aumentos nas contas de luz.
O pacote de maldades não para por aí, ainda está em jogo a proposta de privatização da Eletrobrás, empresa estatal que atualmente garante o menor preço em todo o país. Caso a medida seja concretizada, a energia elétrica será cobrada pelo chamado preço de mercado, o que pode aumentar mais ainda a tarifa paga pela população.
A organização e a luta dos atingidos em todo o país é pela vida, por direitos e em defesa dos nossos rios