Atingidos de Brumadinho realizam assembleia com a presença de membros da Força-Tarefa da Justiça, nesta segunda-feira (10)

Nesta segunda feira (10), atingidos da bacia do rio Paraopeba realizaram uma assembleia na Câmara de Vereadores de Brumadinho com a presença de representantes da Força-Tarefa das instituições de justiça […]

Nesta segunda feira (10), atingidos da bacia do rio Paraopeba realizaram uma assembleia na Câmara de Vereadores de Brumadinho com a presença de representantes da Força-Tarefa das instituições de justiça do Estado de Minas Gerais.

Participaram da atividade os representantes do Ministério Público de Minas Gerais, André Sperling, a Defensora Pública do Estado de Minas Gerais, Carolina Morishita, e o representante do Movimento dos Atingidos por Barragens, José Geraldo Martins. A assembleia discute as recentes cheias do rio Paraopeba, e suas consequências para a população já atingida pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em janeiro de 2019.

Também foi discutida a participação dos atingidos na audiência judicial que será realizada na próxima quinta-feira (13), em Belo Horizonte, e a contratação das Assessorias Técnicas, uma das principais reivindicações dos atingidos.

Os representantes da Força-Tarefa ouviram relatos de membros das comissões de atingidos da bacia do Rio Paraopeba. Entre eles, o de Elize Vânia, da localidade de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, que destacou a dificuldade de diálogo com a empresa Vale, responsável pelo crime.

“Eu não quero morrer e estou na beira da morte de tanto sofrer por causa da Vale. Nós não somos ouvidos, nós não somos respeitados. Ela quer tomar conta do território. Nós queremos uma assistência técnica pra chegar em casa e falar, aqui tem isso e aquilo. Eu quero a indenização pra arrumar, pagar e consertar o que eu preciso. E não adianta ela falar que fulano é mais atingido que ciclano não, todo mundo é atingido e nós temos que fazer valer nossos direitos”, contou.

Outros relatos deram conta de como a organização social acaba sendo a única alternativa para os atingidos e atingidas seguirem na luta por seus direitos. “Antes eu ficava chorando, mas agora que eu conheci o MAB eu estou na luta com eles porque eu vou correr atrás dos meus direitos. É só assim que nós vamos conquistar nossas coisas” disse Rosemar Aparecida, atingida de Brumadinho.

A assembleia seguiu com muitas dúvidas sobre a atuação da Justiça em defesa dos atingidos, e com reinvindicações e revoltas pela demora no atendimento às indenizações, reparações e assessoria técnica.

O promotor de Justiça André Sperling se comprometeu em continuar na defesa das demandas apresentadas pelos atingidos junto aos órgãos de Justiça. “Eu entendo o lado de vocês, entendo esse posicionamento, vocês estão sofrendo a mais de um ano. Mas nós estamos encaminhando e tentando também, estamos juntos com vocês. Não vamos afastar, não vamos desistir, e vamos continuar na luta. Vamos insistir na assessoria técnica, vamos insistir em tudo. Ela vai barrar tudo porque é o que ela faz, mas nós vamos seguir lutando”, disse.

Na próxima quinta-feira (13), dia da audiência marcada no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o Movimento dos Atingidos por Barragens fará uma mobilização na capital mineira para exigir que as reivindicações apresentadas sejam prontamente atendidas.

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