No RJ, seminário debate “pedagogia das águas em movimento”

Em Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do Rio de Janeiro, ocorreu neste sábado (7), o Seminário Nacional “Pedagogia da Águas em Movimento”, com a presença de militantes do MAB de […]

Em Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do Rio de Janeiro, ocorreu neste sábado (7), o Seminário Nacional “Pedagogia da Águas em Movimento”, com a presença de militantes do MAB de 14 estados, aliados  políticos do Rio de Janeiro e moradores das comunidades dos município.

O evento marca um ano de formação para três públicos distintos de militantes: jovens, mulheres e educadores infantis, em uma parceria do movimento com a Fiocruz por meio da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, com apoio da Universidade Federal Fluminense (UFF). O resultado final da experiência fortalece a relação do MAB com as instituições federais de ensino no estado e avança no debate sobre saúde da mulher, educação ambiental e a consolidação da ciranda infantil.

Bases naturais sob ameaça

Na parte da manhã, foi debatido o ataque aos recursos naturais brasileiros como a água, o petróleo e as florestas, em especial da região amazônica. Para introduzir o tema, Gilberto Cervinski, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens, trouxe um panorama do momento atual da ofensiva do capital na vida dos trabalhadores e como a crise financeira afeta diretamente o modo de vida da população.

A privatização das nascentes de água, os projetos que tramitam no Congresso sobre o controle privado do setor do saneamento, o represamento de rios para construção de barragens e o uso pela indústria de bebidas e empresas mineradoras foram alguns dos pontos debatidos na questão da apropriação da água.

Ana Keila, diretora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venancio/Fiocruz, falou sobre o adoecimento da população com as medidas de desmantelamento do estado sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Para a profissional de saúde, o conceito de saúde pública é muito mais amplo do que a “ausência de doença” e comentou que a perspectiva de investimento em saúde geralmente tende à modelo curativo ao invés de tratar o preventivo, o que não é benefico para a população.

Flora Castro, do Levante Popular da Juventude, citou Darcy Ribeiro ao reafirmar que “a crise na educação náo é crise, é projeto”. A estudante relacionou o investimento na educação com o tema da soberania nacional e traçou o histórico recente do tema nos últimos governos do Brasil.

Como segunda mesa do dia, os militantes do MAB Pablo Dias (Minas Gerais), Elisa Estronioli (Pará), Roberto Oliveira (Ceará) e Maria Gabriela Dantas (Rio de Janeiro) apresentaram a problemática da contradição das comunidades em que a água é uma riqueza explorada pelo capital ao memo tempo em que a população não tem acesso.

Formatura popular


O processo de formação dos jovens, mulheres e educadores infantis desenvolvido ao longo deste ano foi coroado com a formatura popular e a entrega de certificados e declarações emitidas pela Fiocruz e pela Universidade Federal Fluminense. A alegria dos educandos e seus familiares contagiou a todos e elevou a responsabilidade dos mesmos em continuarem na militancia do MAB fazendo lutas para a melhoria das condições de vida e saúde para as comunidades.

Com as palavras de ordem “Sem luta não há conquistas”, “Sem ciranda o movimento não anda” e “Mulheres, água e energia nâo sâo mercadorias”, os formandos levantaram a bandeira do MAB e se comprometeram em continuar a luta na região.   

 

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro