Barragem de Pedreira: mais uma tragédia anunciada?

Mesmo com forte apelo dos atingidos e atingidas por barragens, ONGS ambientais, inúmeras organizações sociais, parlamentares, e mesmo com o crime anunciado ocorrido neste ano em Brumadinho, o governo do […]

Mesmo com forte apelo dos atingidos e atingidas por barragens, ONGS ambientais, inúmeras organizações sociais, parlamentares, e mesmo com o crime anunciado ocorrido neste ano em Brumadinho, o governo do estado de São Paulo insistentemente continua uma obra de barragem no município de Pedreira, no interior do estado, que pode ser chamada de uma bomba relógio, pois a qualquer momento pode causar mais uma tragédia com impacto em milhares de pessoas.

O Movimento dos Atingidos por Barragens, que atua em mais de 20 estados, com quase 30 anos de história, questiona como pode ser feito uma obra que, na classificação de risco de 0 a 30 pontos – tem 27 pontos, quase o valor máximo de risco; acima dos 16 pontos o empreendimento já é considerado de alto risco, conforme a classificação do CNRH (Conselho Nacional de Recursos Hídricos).

O MAB  lembra que é o barramento feito no local é de 70% de terra socada e apenas 30% de concreto, ou seja, muito parecido com a barragem de Brumadinho que estourou em 25 de janeiro de 2019, apesar da barragem de Brumadinho ser de rejeitos da mineração e Pedreira de água.

Também questionamos o governo do estado de São Paulo e todos os seus órgãos colaboradores: como ter coragem de fazer uma obra com 38 milhões de metros cúbicos de água, com 52 metros de altura, a menos de um quilômetro das primeiras residências dos atingidos do bairro Ricci, e pouco mais de dois quilômetros do centro da cidade, em caso de rompimento, o tempo estimado de alcance das águas é um minuto nas primeiras casas e dois minutos do centro da cidade.

Prova desse descaso e da falta de responsabilidade é que na primeira chuva, no último domingo dia 1 de dezembro, a obra já transbordou.  Se a primeira chuva já fez foi transbordar águas por cima da obra, e está inviabilizando o aceso à água em bairros de Pedreira e Jaguariúna, o que poderá ocorrer com a conclusão do empreendimento? Qual será a segurança da população quando barragem estiver cheia?  

O Movimento dos Atingidos por Barragens, MAB, alerta a população de que a única via para que não ocorram mais crimes, como os ocorridos em Mariana e Brumadinho, é a organização popular e a forte pressão popular sobre as autoridades e as empresas.

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro