Em defesa da soberania nacional, manifestantes lembram aniversário da Petrobras e criticam agenda de privatizações

Nesta quinta-feira (3), data em que a Petrobras comemora 66 anos de fundação,  movimentos populares, sindicais e estudantis, além de deputados, partidos e artistas participaram de atos em todo o […]

Nesta quinta-feira (3), data em que a Petrobras comemora 66 anos de fundação,  movimentos populares, sindicais e estudantis, além de deputados, partidos e artistas participaram de atos em todo o país contra medidas do governo Bolsonaro que ferem a soberania nacional, entre elas: a privatização de 17 empresas públicas, a entrega da Amazônia, desemprego, sucateamento da saúde e educação e a entrega do pré-sal para empresas petroleiras internacionais.

Foto: Ana Galizia

Com o mote “Luto pelo Brasil”, uma manifestação reuniu milhares de pessoas no Rio de Janeiro. A concentração foi na sede da Eletrobras, localizada na esquina das avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, no centro da cidade. A marcha seguiu pela avenida Rio Branco até o chamado “quadrilátero das estatais”, onde estão concentradas as sedes da Petrobras, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal.

O ato na capital fluminense também denunciou a política de segurança pública implantada pelo governo do estado – que registrou, até agosto deste ano, o total de 1.249 pessoas mortas por agentes policiais. “Estamos unificando todas as pautas por entender que é um momento de estar em luta pelo Brasil, para que a gente não continue de luto por todos nós no futuro próximo”, explicou Maria Eduarda Quiroga, diretora de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT/RJ).

Privatizações

O trajeto da manifestação é o mesmo realizado em 2017, por ocasião do 8° Encontro Nacional do MAB, que contou com a presença do ex-presidente Lula no encerramento, em frente à Petrobras. “Hoje recordamos toda a construção que fizemos dois anos atrás, onde os atingidos por barragens protagonizaram um grande ato em defesa da soberania. De lá pra cá, sofremos ataquem de toda ordem em nossa soberania, desde o desmonte da Petrobrás e a entrega do pré-sal até a ameaça de privatização de 17 empresas públicas, tais como a Eletrobras e a própria Petrobrás, e é por isso que não arredamos o pé da rua e estamos fazendo mais esta manifestação”, disse Leonardo Maggi, da coordenação nacional do MAB.

Foto: Ana Galizia

No Rio de Janeiro, ficam as sedes de grandes empresas públicas: Petrobras, Eletrobras, Furnas, Cepel, Eletronuclear, Casa da Moeda, BNDES, entre outras. A sede da Vale também, e foi na Bolsa de Valores do Rio que ela foi privatizada em 1997. De lá pra cá, desde sua privatização, a Vale obtém lucros exorbitantes e foi responsável pelos maiores crimes trabalhistas, ambientais e sociais do nosso país com o rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.

Em defesa da soberania e por Lula Livre

No Paraná, também houve mobilizações de denúncia contra as privatizações, além de homenagens à maior estatal do país – a Petrobras. Durante a manhã, movimentos populares e 11 sindicatos de petroleiros de diversas partes do país realizaram paralisações nas entradas da FAFEN – Fábrica de Fertilizantes e na REPAR – Refinaria Presidente Getúlio Vargas. A tarde, as atividades foram na Vigília Lula Livre; o coordenador geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros) José Maria Rangel e o secretário geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores) Sérgio Nobre visitaram o ex-presidente Lula e reforçaram a arbitrariedade da prisão do líder político. Durante a noite, foi realizado um ato na Praça Santos Andrade, na região central de Curitiba.

Foto: Joka Madruga / Agência PT

Na esteira da denúncia sobre os malefícios da entrega das estatais, Robson Formica, da coordenação do MAB, ressaltou: “o setor terceirizado é o que mais leva à morte no setor elétrico. E com a privatização, isso só vai aumentar”.

O programa Future-se, que prevê a participação do capital privado nas universidades, também foi alvo dos protestos com a participação de estudantes organizados pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e outras entidades. Foram registrados atos em São Paulo (na Avenida Paulista), Fortaleza, Salvador, Manaus, Teresina, Porto Alegre, Campo Grande e Belo Horizonte.

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