Em Minas Gerais, atingidos lidam com violações, morte a ameaças
Artigo escrito por atingido do Rio Doce que prefere não se identificar Em Minas Gerais não ? somente a lama que mata os atingidos por ela. Os órgãos fiscalizadores, como […]
Publicado 28/08/2019
Artigo escrito por atingido do Rio Doce que prefere não se identificar
Em Minas Gerais não ? somente a lama que mata os atingidos por ela. Os órgãos fiscalizadores, como SUPRAM, FEAM e COPAM, além de ineficientes, ficam cegos, surdos e mudos diante do capital estrangeiro desde o início das instalações de barragens e hidrelétricas.
Os atingidos, seja por lama ou por inundações, além de perder suas atividades comerciais e fonte de renda, ter seus direitos violados, seus postos de trabalho perdidos, agora se veem a mercê do terrorismo, ameaças e coação por parte de empresas como a Brookfield, uma empresa multinacional presente em 30 países com sede no Canadá e nos Estados Unidos. A empresa realiza investimentos em empreendimentos hidrelétricos, de energia eólica, imobiliários, logística e mercado financeiro.
Em Minas Gerais, a Brookfield possui duas hidrelétricas, uma delas nos municípios de Raul Soares e Abre Campo e outra nos municípios de Laranjal e Recreio. As duas hidrelétricas contam com um passivo social grande. Em sua construção, os moradores tiveram suas fontes de renda e seus trabalhos encerrados de forma abrupta, com violação do direito à terra, à moradia, à renda, à negociação isonômica, e um ambiente saudável.
O Conselho de Defesa da Pessoa Humana (CDPH), ligado a presidência da República, após visita à diversas comunidades atingidas, relata a violação de 16 Direitos Humanos sistematicamente violados. A hidrelétrica em Laranjal foi financiada com recurso público pelo BNDES no valor de cerca de R$ 118.000.000 e, agora, ao invés de beneficiar o povo da região, prejudica as condições de vida da população local.
Mais recentemente, em visita aos atingidos, o CEAS-Centro de Assistância Social do Estado de Minas Gerais presenciou a milícia do Rio de Janeiro a serviço da Brookfield fazendo ameaça e coação aos atingidos e denunciou ao Ministério Público, que encaminhou para a Policia Civil de Minas Gerais investigar.
A empresa será investigada pelo Estado a partir dessa denúncia. Enquanto isso, os atingidos seguem firme na luta pelos seus direitos, sem medo de lutar por justiça social!