“Jogo de empurra” entre CSN e Prefeitura de Congonhas deixa 130 crianças sem creche
Rita cuida de nove crianças, três com menos de quatro anos, e mora em frente à Creche Dom Luciano, no bairro Residencial, em Congonhas, Minas Gerais, que foi fechada pela […]
Publicado 14/08/2019
Rita cuida de nove crianças, três com menos de quatro anos, e mora em frente à Creche Dom Luciano, no bairro Residencial, em Congonhas, Minas Gerais, que foi fechada pela insegurança do Complexo de Barragem Casa de Pedra, da empresa CSN. As mães das 130 crianças estão na mesma situação. O caso é extremamente grave, pois além da negação de um direito constitucional às crianças, a jornada de trabalho das mães com as crianças dobram, e às impede de trabalhar fora.
Havia uma esperança com a decisão liminar, em maio, que bloqueava R$ 3 milhões da CSN para custear o funcionamento da creche em local seguro. Porém, a Liminar foi derrubada pelo desembargador Dárcio Lopardi Mendes, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ele acatou o argumento da empresa, que diz que a barragem Casa de Pedra não demonstra e nunca demonstrou risco de rompimento; que os moradores não estão em perigo, mas sentem medo em virtude de fatos de terceiros; e que o Município de Congonhas é que foi o responsável pelo fechamento da creche.
As famílias, em especial as mães das crianças que ficavam na creche, estão indignadas. O sentimento delas é de serem vítimas do “jogo de empurra” entre a CSN e a Prefeitura Municipal. Mas elas estão, cada vez mais, percebendo que a saída dessa enrolação é a organização.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) entende que a CSN tem a obrigação de custear os gastos com a reabertura da Creche Dom Luciano, pois ela é a causadora do problema, mas a gestão municipal precisa ter a responsabilidade pela garantia do direito das crianças e das mães da creche. Política pública não se terceiriza!