Pesquisador denuncia assassinato de Dilma Ferreira nos EUA
O professor e pesquisador José Sobreiro Filho denunciou o assassinato da militante do MAB Dilma Ferreira em Washington D.C. (capital dos EUA), durante a mesa Movimentos Socioterritoriais em Perspectiva Comparada, […]
Publicado 13/04/2019
O professor e pesquisador José Sobreiro Filho denunciou o assassinato da militante do MAB Dilma Ferreira em Washington D.C. (capital dos EUA), durante a mesa Movimentos Socioterritoriais em Perspectiva Comparada, da Associação Americana de Geógrafos. A sessão foi composta por professores e pesquisadores da University of London (UK), University of California (EUA), University of Calgary (Canada), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Estadual Paulista (UNESP) tendo como foco o debate sobre as lutas de movimentos populares por território.
O pesquisador destacou a questão da violência e especialização dos assassinatos de lideranças e militantes de esquerda no Brasil, especialmente na Amazônia, como uma forma do capital e grandes projetos atacarem e promoverem a destruição dos territórios das classes populares.
Em memória a Dilma Ferreira, o pesquisador apresentou sua foto aos pesquisadores internacionais que compunham o público e denunciou o assassinato brutal da militante, o caráter político de sua morte, a insegurança cotidiana das lideranças e destacou que na região amazônica está em curso um processo de extermínio especializado de quem luta por território.
Sobreiro Filho defendeu que este processo é focado nas lideranças, o que torna movimentos que lutam por justiça, meio ambiente, direitos humanos e territórios (como o MAB, MST, quilombolas, indigenas e ribeirinhos) alvos potenciais na Amazônia. O Estado precisa ser mais atuante na proteção de seus representantes políticos populares, afirmou.
O professor Sobreiro também trouxe contribuições sobre a relevância das lutas por território como forma de avanço das medidas populares nas ultimas décadas e como a formacão de frentes populares tem sido fundamentais na defesa pela democracia, na construção de pautas comuns e na formação de alianças contra a agenda da ultradireita no Brasil. O pesquisador também defendeu que a luta por território tem sido uma unidade constante para as classes trabalhadora e camponesa, bem como tem significado a resitência, a essência e o futuro da luta dos povos impactados, sem terras, sem tetos, tradicionais e originários.
José Sobreiro Filho é professor doutor e pesquisador do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Programa Territorial do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e cordenador da Rede Dataluta.