Via Campesina denuncia assassinatos no Pará
Aos nossos mortos nenhum dia de luto, mas toda uma vida de luta! A Via Campesina Brasil reunida na Escola Nacional Florestan Fernandes durante os dias, 27, 28 […]
Publicado 31/03/2019
Aos nossos mortos nenhum dia de luto, mas toda uma vida de luta!
A Via Campesina Brasil reunida na Escola Nacional Florestan Fernandes durante os dias, 27, 28 e 29 de março de 2019 denuncia o inaceitável caso de execução de 06 camponeses no estado do Pará que horrorizou todo o país no último dia 22 de março. Entre os assassinados está Dilma Ferreira da Silva, mulher, paraense, ribeirinha, atingida pela hidrelétrica de Tucuruí no Pará e coordenadora regional do Movimento dos Atingidos por Barragens, seu companheiro Claudionor Costa da Silva e um amigo do casal Hilton Lopes.
Dilma Ferreira foi uma brava militante nos conflitos advindos com a Barragem de Tucuruí que expulsou mais 32 mil pessoas de suas comunidades e será um verdadeiro exemplo de inspiração para todas e todos militantes do povo brasileiro.
A Via Campesina denuncia que no Brasil a violência contra os lutadores camponeses e camponesas tem aumentado nos últimos anos, violando uma série de direitos, entre os quais o mais fundamental do Estado Democrático: o Direito à Vida. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, de 1985 até 2017 foram 1.904 assassinatos políticos resultado de conflitos no campo brasileiro.
Não podemos deixar que ações de violência e assassinato das lutadoras e lutadores dos povos do campo, das águas e das florestas permaneçam ocorrendo. Não aceitaremos qualquer desfecho que não seja uma forte investigação capaz de responsabilizar os envolvidos neste bárbaro crime orquestrado pelas forças do agronegócio, alinhado ao interesse do capital estrangeiro.
De igual modo, repudiamos o ódio e a violência tão incentivados no atual momento político que atravessamos no país. No alvo estão todos aqueles e aquelas que se mobilizam contra as profundas desigualdades do povo brasileiro, em especial aos lutadores e lutadoras camponesas que representam um obstáculo aos interesses dos latifundiários, empresários, banqueiros, grileiros e diversos setores da burguesia que querem transformar a nossa terra, os nossos rios e a vida do nosso povo em mercadorias a serviço do capital e da acumulação de dinheiro.
Diante disso nós, povos da terra, das águas e das florestas da Via Campesina Brasil prestamos nossa solidariedade aos familiares da companheira Dilma Ferreira neste 7º dia de sua partida física. E reafirmamos nosso compromisso de seguir firmes na luta em nome de todos os companheiros e companheiras que partiram na incansável luta pelo nosso direito de viver com dignidade e sabedoria popular.
DILMA FERREIRA, PRESENTE!
HOJE E SEMPRE!