Vida em Barão de Cocais segue em suspenso
Já são 17 dias da evacuação em Barão de Cocais, após alerta na Barragem Gongo Soco. Os 487 moradores das quatro comunidades evacuadas seguem em hotéis e casas de parentes, […]
Publicado 26/02/2019
Já são 17 dias da evacuação em Barão de Cocais, após alerta na Barragem Gongo Soco. Os 487 moradores das quatro comunidades evacuadas seguem em hotéis e casas de parentes, sem previsão de retorno ou acolhimento em casas apropriadas.
Laudo realizado por empresa alemã apresentado no dia 13 não garante estabilidade da Barragem da Vale em Barão de Cocais, que segue em nível 2 de risco. O laudo foi debatido em reunião com representantes da Vale, a Prefeitura de Barão de Cocais, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar.
Assim, população evacuada e moradores de bairros também ameaçados do município continuam com suas vidas paralisadas, sem saber quando poderão voltar para casa ou deixar de temer o rompimento.
Desde a reunião realizada às portas fechadas entre a Vale e algumas famílias atingidas no dia seguinte à evacuação, medo e apreensão fazem parte do dia a dia em Barão de Cocais. Atingidos afirmam que para seu próprio bem, é melhor não dar informações para a imprensa ou dialogar com movimentos sociais. E seguem dentro de hotéis, sem autonomia para ir e vir, ou tomar decisões sobre seus próximos passos.
Por determinação judicial, a Vale foi obrigada a recolher mais de 200 bens culturais da área de risco da barragem, que estão sob responsabilidade da Paróquia de São João Batista, em Barão de Cocais. Entre os itens removidos, no dia 15, estão a padroeira Mãe Augusta do Socorro, esculturas, retábulos e alfaias litúrgicas.
Foi também determinado que a Vale adote medidas emergenciais para a retirada dos mais de 2.330 animais das áreas de risco. Em visita realizada com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária, os animais apresentavam quadros de desnutrição, desidratação, e outros problemas. A Vale afirma ter alugado uma fazenda para abrigar os animais e deve fazer remoção em no máximo 5 dias.
O Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB segue acompanhando os atingidos no município.