Mistura Popular comemora seu 7º aniversário

Formada por militantes do MAB, banda trás arte e mensagem política embalando a luta popular

Grupo Mistura Popular/ *foto: Joka Madruga

Na próxima sexta-feira (07), o grupo Mistura Popular, formada por militantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), músicos e lutadores populares completa sete anos de existência com uma apresentação especial na cidade de São Paulo.

Autora de clássicos dos movimentos populares como a faixa “Levanta Povo”, a banda tem embalado atividades e atos políticos em todo o Brasil.

Após cinco discos lançados, o grupo encontra-se hoje em sua melhor forma, misturando forró, xote, baião e ritmos latinos, o grupo Mistura Popular hoje é tido como uma das principais referências quando o assunto é música e militância, trabalhando questões dos direitos dos trabalhadores atingidos, luta por moradia, soberania nacional e defesa da democracia.

Segundo Jadir Bonacina, vocalista do grupo, a versatilidade musical, de ritmos, instrumentos, e também do canto, é a principal característica da banda.

“Nesses 7 anos o Grupo Mistura Popular foi se adaptando, se transformando em termos de repertório e sonoridade. O Mistura é muito versátil, fazemos música em uma plenária contribuindo na agitação, na reflexão e também em shows e festas, assim como em atos públicos e manifestações, lutas etc.”

Grupo Mistura Popular/ *foto: Matheus Alves

Para Jadir, a música e a arte são importantes ferramentas políticas, sobretudo para a agitação de massas na luta pela transformação social.

“Como disse o filósofo Lukács, a arte nunca é inteiramente neutra diante dos fatos, e há mais coisas entre o céu da arte e a terra da economia do que podemos imaginar. As massas populares, através da arte, da música e da própria diversão, adquirem hábitos, mudam seu modo de pensar”, afirma.

Jadir Bonacina, vocalista, idealizador da banda e militante do MAB / foto: Joka Madruga

Segundo ele, as produções artísticas mais comerciais de hoje em dia também são um reflexo de nossa sociedade capitalista.

“A redução de consciência também influencia nas artes, sobretudo as mais comerciais, com a indústria fonográfica, por exemplo. Se a sociedade é capitalista, é machista, homofóbica, isso gera uma tendência nas produções artísticas serem da mesma maneira. Por outro lado, a arte pode contribuir na formação de uma nova cultura, pois acompanha as transformações da sociedade”, aponta.

Turcão, atual baixista da banda e ex-integrante de grupos históricos da música brasileira e latina, como o lendário “Tarancón” / Foto: MAB

Além de embalar a militância adulta do MAB e outros movimentos, o grupo também tem um trabalho autoral focado no público infantil. Recentenmente o Mistura lançou o disco “GRUPO MISTURA POPULAR na Ciranda Infantil” com canções voltadas para as crianças, principalmente os “atingidinhos”, fazendo a trilha sonora das brincadeiras e atividades das cirandas do MAB.

A festa de comemoração ocorrerá na próxima sexta-feira (07) a partir das 20h, no  ECLA (Espaço Cultural Latino Americano), na Rua da Abolição, 244, no Bixiga, importante ponto de resistência histórica político-cultural na cidade de São Paulo.