Greve de fome do MPA: um exemplo que inspira a luta popular
Na luta de classes todas as armas são boas. E não existe nenhuma regra ou manual de instrução sobre como intervir na realidade. Essa máxima ficou mais uma vez provada […]
Publicado 15/12/2017
Na luta de classes todas as armas são boas. E não existe nenhuma regra ou manual de instrução sobre como intervir na realidade. Essa máxima ficou mais uma vez provada nos últimos dias. Em meio à radicalização dos embates ideológicos no país, um ato que aparentemente se mostrava singelo e inofensivo acabou se tornando mais radical que discursos ou palavras de ordem. Os três militantes do Movimento dos Pequenos Agricultores se mostraram radicais, sim. Radicais ao abdicarem daquilo que é exatamente o motivo de lutarem, os alimentos, para não deixar que outros milhões passem fome no futuro.
Gostaríamos de parabenizar nossos irmãos, companheiros e companheiras de tantas batalhas. Nós, do Movimento dos Atingidos por Barragens, nos sentimos honrados de dividir as mesmas trincheiras com lutadores de tamanha firmeza ideológica. Os dez dias de greve de fome reafirmou em todos nós a certeza e convicção da necessidade de lutar contra esse desmonte da previdência do povo brasileiro proposto pelo governo golpista de Michel Temer.
E todo esse esforço foi recompensado. A votação dessa tacanha tentativa de acabar com a aposentaria foi adiada. Sabemos que é uma vitória parcial. Mas, pra além dessa pauta específica, esse gesto revolucionário incendiou corações e mentes de lutadores e lutadoras em todos os cantos do país. Foram várias as greves de fome que se iniciaram em apoio à Frei Sérgio, Denise Meurer e Josineide Costa. Inclusive, os três receberam o apoio de duas companheiras do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e um companheiro do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD), que se somaram na greve de fome em Brasília.
Nós passamos fome por alguns dias para evitar que muitos passem fome a vida inteira. E é isso que nós, lutadores em busca de uma sociedade sem exploradores e explorados, devemos fazer. Parabenizamos nossos companheiros e afirmamos que estaremos juntos para barrar este e qualquer outro retrocesso contra a classe trabalhadora deste país.
Coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
São Paulo, 15 de dezembro de 2017