Estreia de Arpilleras comove público em São Paulo
Longa-metragem que conta a história de mulheres atingidas por barragens estreou com sala cheia e segue até a próxima semana na programação do Caixa Belas Artes Não faltou emoção na […]
Publicado 20/10/2017
Longa-metragem que conta a história de mulheres atingidas por barragens estreou com sala cheia e segue até a próxima semana na programação do Caixa Belas Artes
Não faltou emoção na Sala Aleijadinho do cinema Caixa Belas Artes. Nesta quinta-feira (19), com a sala lotada, o filme Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência estreou no Caixa Belas Artes.
A sessão, que começou por volta das 20h, foi sucedida por depoimentos de integrantes do Coletivo de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que dirigiu o filme. Passar a nossa história no cinema é ocupar mais um latifúndio, que é esse campo da arte. Historicamente, os trabalhadores e as mulheres sempre estiveram em segundo plano. Nos desafiamos a produzir e filmar a nossa própria história, afirmou Neudicléia Oliveira.
Já Liciane Andrioli, também do MAB, resgatou o trabalho das arpilleras dentro do movimento. O filme é o resultado de mais de 100 oficinas com mulheres atingidas que foram realizadas desde 2013. As arpilleras se tornaram uma ferramenta fundamental na auto-organização e luta das atingidas, explicou.
Presente no cinema, a vereadora Juliana Cardoso exaltou a importância do documentário. Infelizmente nos livros e nos filmes a gente só vê uma parte da história, não a história real. Quando a gente vê um filme como esse, feito por um movimento social, que retrata a luta das mulheres para sobreviver e resgatar suas raízes é uma quebra desse modelo. A vereadora ainda acrescentou que o filme e a técnica das arpilleras podem servir de base para fazermos esse trabalho com as mulheres aqui, nas periferias de São Paulo.
No mesmo sentido, a integrante do Grito dos Excluídos, Ana Valim, destacou o filme como exemplo para suscitar outras formas de resistência. Fantástico. Emocionante. Um trabalho de fôlego do pessoal da comunicação e de vocês como um todo. Com certeza um legado que vai ficar para a história desse nosso país destroçado. Mas que também vai subsidiar outras lutas, outras histórias a serem construídas.
Já o jornalista Vinícius Cabrera exaltou a união em torno da produção da obra. Esse filme, que contém assinatura coletiva do Coletivo de Mulheres do MAB, mostra que essa história está muito longe de terminar, e que ainda tem muitos fios para tecer. Fica a noção de união entre as muitas pessoas que fizemos o filme acontecer, que se tornou um importante passo na resistência através da arte.
O filme segue em cartaz no Caixa Belas Artes, com exibições diárias, às 18h20, na Sala 6 Mário de Andrade. Os ingressos são vendidos pela internet e na bilheteria do cinema pelo valor de R$ 28,00 inteira e R$ 14,00 meia.