Exposição reúne Arpilleras no Rio de Janeiro

Peças de bordado feitas por atingidas estão expostas gratuitamente ao público até a próxima terça-feira (29), no Cine Odeon Começou nesta quinta-feira (24) a exposição “Arpilleras: bordando a resistência”, que […]

Peças de bordado feitas por atingidas estão expostas gratuitamente ao público até a próxima terça-feira (29), no Cine Odeon


Começou nesta quinta-feira (24) a exposição “Arpilleras: bordando a resistência”, que reúne 12 peças de bordado confeccionadas por atingidas de todo o Brasil. Localizada no hall do segundo andar do Cine Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), a exposição é gratuita e vai até terça-feira (29), das 10h às 19h.

No último dia de exposição, na terça-feira, também ocorrerá o lançamento de “Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência”, documentário de longa-metragem produzido pelos Coletivos de Comunicação e de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Mulheres atingidas

“Arpillera” é uma técnica que surgiu no início do século passado em Isla Negra, no Chile, quando mulheres começaram a costurar para a subsistência em juta, tecido retirado dos sacos de batata. Entretanto, ganhou notoriedade mundial durante o período da ditadura militar, quando mulheres das periferias de Santiago denunciaram a repressão e os desaparecimentos políticos por meio dessa prática.

 

No Brasil, o MAB introduziu as arpilleras em oficinas a partir de 2013, com objetivo de empoderar as mulheres atingidas e criar um mapa das violações sofridas por elas no processo de construção das barragens. Desde então, foram realizadas mais de 150 peças.

Entre a população atingida, as mulheres são as que mais sofrem com a construção de barragens. Com a chegada de milhares de trabalhadores para trabalhar nessas obras, há um aumento exponencial de violência sexual e prostituição.

Além disso, no processo de negociação das indenizações, constata-se recorrentemente uma discriminação de gênero por parte das empresas responsáveis, excluindo as mulheres. Todo o processo é feito com os “chefes de família”.

Lançamento do filme

Para mostrar essa realidade, pra além da exposição, foi realizado um documentário que entrelaça as histórias individual e coletiva de 10 atingidas espalhadas pelas cinco regiões do Brasil.

Após três anos de produção, o longa-metragem “Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência” chega às telas dos cinemas. O filme foi viabilizado por meio da plataforma de financiamento coletivo “Catarse”, no ano de 2015, e é uma produção do MAB.

A partir da experiência de cada personagem, o filme aborda por meio da costura a problemática da hidrelétrica de Belo Monte, que atingiu aproximadamente 40 mil pessoas em Altamira (PA); a barragem de rejeitos de Fundão, que se rompeu em novembro de 2015 e causou a morte de 19 pessoas em Mariana (MG); a barragem do Castanhão, que canaliza água para a região metropolitana de Fortaleza (CE); a hidrelétrica de Itá (RS), idealizada no período da ditadura militar; e as hidrelétricas de Cana Brava e Serra da Mesa, ambas localizadas em Goiás.

Serviço

O que: Exposição “Arpilleras: bordando a resistência”

Quando: De 25 à 29 de agosto, das 10h às 19h

Onde: Cine Odeon – Praça Floriano, 7 – Rio de Janeiro/RJ

 

O que: Lançamento do filme “Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência”

Quando: 29 de agosto, às 19h

Onde: Cine Odeon – Praça Floriano, 7 – Rio de Janeiro/RJ

*Interessados em assistir à exibição deverão entrar em contato anteriormente pelo telefone (11) 94800-0591.