Exposição reúne Arpilleras no Rio de Janeiro
Peças de bordado feitas por atingidas estão expostas gratuitamente ao público até a próxima terça-feira (29), no Cine Odeon Começou nesta quinta-feira (24) a exposição Arpilleras: bordando a resistência, que […]
Publicado 25/08/2017
Peças de bordado feitas por atingidas estão expostas gratuitamente ao público até a próxima terça-feira (29), no Cine Odeon
Começou nesta quinta-feira (24) a exposição Arpilleras: bordando a resistência, que reúne 12 peças de bordado confeccionadas por atingidas de todo o Brasil. Localizada no hall do segundo andar do Cine Odeon Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), a exposição é gratuita e vai até terça-feira (29), das 10h às 19h.
No último dia de exposição, na terça-feira, também ocorrerá o lançamento de Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência, documentário de longa-metragem produzido pelos Coletivos de Comunicação e de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Mulheres atingidas
Arpillera é uma técnica que surgiu no início do século passado em Isla Negra, no Chile, quando mulheres começaram a costurar para a subsistência em juta, tecido retirado dos sacos de batata. Entretanto, ganhou notoriedade mundial durante o período da ditadura militar, quando mulheres das periferias de Santiago denunciaram a repressão e os desaparecimentos políticos por meio dessa prática.
No Brasil, o MAB introduziu as arpilleras em oficinas a partir de 2013, com objetivo de empoderar as mulheres atingidas e criar um mapa das violações sofridas por elas no processo de construção das barragens. Desde então, foram realizadas mais de 150 peças.
Entre a população atingida, as mulheres são as que mais sofrem com a construção de barragens. Com a chegada de milhares de trabalhadores para trabalhar nessas obras, há um aumento exponencial de violência sexual e prostituição.
Além disso, no processo de negociação das indenizações, constata-se recorrentemente uma discriminação de gênero por parte das empresas responsáveis, excluindo as mulheres. Todo o processo é feito com os chefes de família.
Lançamento do filme
Para mostrar essa realidade, pra além da exposição, foi realizado um documentário que entrelaça as histórias individual e coletiva de 10 atingidas espalhadas pelas cinco regiões do Brasil.
Após três anos de produção, o longa-metragem Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência chega às telas dos cinemas. O filme foi viabilizado por meio da plataforma de financiamento coletivo Catarse, no ano de 2015, e é uma produção do MAB.
A partir da experiência de cada personagem, o filme aborda por meio da costura a problemática da hidrelétrica de Belo Monte, que atingiu aproximadamente 40 mil pessoas em Altamira (PA); a barragem de rejeitos de Fundão, que se rompeu em novembro de 2015 e causou a morte de 19 pessoas em Mariana (MG); a barragem do Castanhão, que canaliza água para a região metropolitana de Fortaleza (CE); a hidrelétrica de Itá (RS), idealizada no período da ditadura militar; e as hidrelétricas de Cana Brava e Serra da Mesa, ambas localizadas em Goiás.
Serviço
O que: Exposição Arpilleras: bordando a resistência
Quando: De 25 à 29 de agosto, das 10h às 19h
Onde: Cine Odeon Praça Floriano, 7 Rio de Janeiro/RJ
O que: Lançamento do filme Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência
Quando: 29 de agosto, às 19h
Onde: Cine Odeon Praça Floriano, 7 Rio de Janeiro/RJ
*Interessados em assistir à exibição deverão entrar em contato anteriormente pelo telefone (11) 94800-0591.