Em Mariana, atingidos pela Samarco se reúnem com atingida por Belo Monte
A conversa faz parte do Mutirão de Trabalho de Base que o Movimento dos Atingidos por Barragens realiza em toda a extensão da bacia do Rio Doce. Na noite desta […]
Publicado 11/08/2016
A conversa faz parte do Mutirão de Trabalho de Base que o Movimento dos Atingidos por Barragens realiza em toda a extensão da bacia do Rio Doce.
Na noite desta quarta-feira (10), atingidos pela Samarco dos distritos de Ponte do Gama, Paracatu, Pedras e Bento Rodrigues se reuniram para um bate-papo com Edzângela Alves, atingida pela Barragem de Belo Monte, no Pará. Depois de visitar Barra Longa, ela pode contar para um grupo ampliado o processo de construção da usina.
Durante a conversa, a atingida expôs os impactos que a população sofreu. Ela alertou para a forma que as empresas lidam com os atingidos. Por exemplo, as consultorias que fazem intermináveis entrevistas e cadastros que ninguém tem acesso, nem mesmo o Ministério Público.
A barragem de rejeitos não é muito diferente da hidroelétrica. São os mesmos impactos e o mesmo tratamento das empresas com os atingidos. Até mesmo porque são as mesmas empresas. A Vale é uma das donas de Belo Monte e é proprietária da Samarco, lembra.
No período que esteve em Minas Gerais ela pode perceber o quanto a semelhança no processo de diálogo da empresa com os atingidos. A empresa só enrola com as reuniões que sempre ficam na mesma pauta, pois não traz respostas aos atingidos. Este processo é típico para desmobilizar e cansar o povo, contou a Edzangela.
Para a atingida de Bento Rodrigues, Joana Darc Noberto, a conversa serviu de alerta para os atingidos. Muita coisa a gente não sabe. Esse encontro foi bom para ficarmos atentos quando lidarmos com a Samarco. Além de mostrar que precisamos nos mover e nos organizar, afirmou ela.
Alguns atingidos conseguiram captar que a organização é necessária. Minha participação aqui é ressaltar a importância da unidade do povo e da comunidade, disse a companheira paraense.
A conversa faz parte do Mutirão de Trabalho de Base em toda a extensão da bacia do Rio Doce cujo objetivo é reunir, debater, informar, animar e organizar famílias em todos os municípios atingidos pela Samarco no sentido de construir uma organização popular forte e unificada para garantir os direitos.