O que estamos fazendo aqui é salvar o Brasil, diz ex-diretor da Petrobras
O Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas realizou nesta segunda-feira (6) um ato no Rio de Janeiro com a presença de políticos, personalidades e de movimentos sociais e sindicais, entre eles […]
Publicado 07/06/2016
O Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas realizou nesta segunda-feira (6) um ato no Rio de Janeiro com a presença de políticos, personalidades e de movimentos sociais e sindicais, entre eles CUT, CTB, INTERSINDICAL, FUP, FNU, CNTE, MAB e MPA. Houveram duas mesas de debates durante a tarde e a noite aconteceu um ato com a presença do ex-presidente Lula.
Em uma das mesas, o ex-diretor da Petrobrás, Guilherme Estrela, fez menção ao ataque que o país vem sofrendo. Este governo já anunciou e vai entregar um dos maiores patrimônios do Brasil e do povo brasileiro, disse ao se referir aos ataques que a Petrobrás e o pré-sal vem sofrendo e às ameaças do que chamou de governo colaboracionista, fazendo menção ao papel que o governo Temer assume internacionalmente. Este governo que está aí é um exército civil de ocupação estrangeira, apontou Estrela.
Entre os palestrantes, o consenso é que com o golpe em curso no Brasil, o governo de Temer e o capital internacional começam a aplicar seu plano de assaltar o patrimônio nacional. Os banqueiros e as transnacionais desencadeiam uma ofensiva para privatizar e tomar todas as empresas estatais. Emir Sader reforçou: A esfera deles é a esfera da mercadoria, onde tudo se vende e tudo se compra. O que interessa é o poder de consumo das pessoas e não o direito delas. E se o direito for só para alguns, então é privilégio.
A estratégia do capital é privatizar tudo, empresas públicas, recursos naturais e os serviços públicos que são direitos do povo. O plano de Temer e das transnacionais é privatizar as empresas públicas como Petrobrás, Eletrobrás, Correios, Caixa Federal, Banco do Brasil, BNDES, Codevasf, entre outras. Além disso, está na agenda neoliberal do governo repassar os recursos naturais estratégicos como o pré-sal, a água e os minérios para as empresas privadas internacionais. Por fim, também é proposta do governo, privatizar os serviços públicos como o SUS, o saneamento e a educação.
Roberto van der Osten, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro alertou sobre o que a onda privatista prepara para os bancos públicos: A privatização volta ao centro do debate. Acabar com o Banco do Brasil é acabar com o financiamento da agricultura familiar. Acabar com a Caixa Federal é acabar com o investimento e o financiamento da moradia popular. A Caixa é a guardiã do Fundo de Garantia dos trabalhadores, é a guardiã do Bolsa Família. Eles querem acabar com isso.
Já tramitam em Brasília os projetos de lei que trazem ameaças às estatais e ao setor público de forma geral. Entre eles, o PLS 555, que transformaria as estatais em sociedades anônimas e traria a proibição de que representantes sindicais e/ou políticos participassem de seus conselhos. O projeto, que agora segue na Câmara dos Deputados como PL 4918, abre portas à privatização das empresas públicas.
Endossando os projetos privatistas, a estratégia da mídia é todo dia falar mal de tudo que é público. Este comportamento serve aos interesses do capital internacional que financia a mídia reacionária brasileira, disse Gilberto Cervinski, da Coordenação Nacional do MAB, Certamente a privatização somente interessa aos empresários que querem aumentar o lucro e ganhar muito. Perde o povo brasileiro e perde o Brasil em soberania, finalizou.