ANEEL faz novo leilão de energia com altos preços de contratação
Os leilões movimentaram mais de R$ 9,7 bi em contratos com altos preços de contratação. Ao todo, 20 PCHs e 1 UHE foram leiloadas. O Leilão A-5 2016, realizado no […]
Publicado 05/05/2016
Os leilões movimentaram mais de R$ 9,7 bi em contratos com altos preços de contratação. Ao todo, 20 PCHs e 1 UHE foram leiloadas.
O Leilão A-5 2016, realizado no dia 29 de abril pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), movimentou R$ 9,7 bilhões em contratos, equivalentes a um montante de venda de energia de 49.206.048 MWh (megawatts-hora).
Ao todo foram contratados 29 novos empreendimentos, sendo 20 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), com 82,9 MW médios; uma nova usina hidrelétrica, de 34,1 MW médios; sete térmicas movidas à biomassa, com 81,5 MW médios contratados; e uma planta movida a gás natural em ciclo combinado, com capacidade para 3,3 MW médio, o que soma 201,8 MW médios de energia contratada.
Local das Obras
As térmicas, movidas à gás natural e biomassa, estão localizados nos estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo; as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), no Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina e a única usina hidrelétrica (UHE), está localizada no estado do Paraná, a UHE Santa Branca (62 MW), que foi negociada ao preço de R$ 150/MWh.
Altos preços
O preço médio do leilão foi de R$ 198,59 por MWh, com deságio de 8,65% em relação ao preço inicial.
Segundo análise do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), os preços, sobretudo das PCHs, estão muito elevados em relação aos outros leilões, refletindo o que pode ser um novo panorama para o setor elétrico.
Se compararmos os preços dos leilões das PCHs, quase R$200 por MWh, com os recentes leilões, como o de Belo Monte, por exemplo, cerca de R$100 por MWh, observamos que os preços praticamente dobraram, o que demonstra os interesses do capital financeiro em aumentar os lucros com a energia contratada, sobretudo agora, com o novo cenário político, afirma Robson Formica, da coordenação do MAB.
Os leilões confirmam o que vem sendo arquitetado pelos empresários do setor elétrico em reuniões recentes sobre aumento de lucros em novos investimentos. Segue aqui um pequeno trecho de algumas das novas perspectivas para o cenário energético apresentadas durante o ENASE (Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico), no final do ano passado.
(…) as pequenas centrais hidrelétricas pediram condições melhores nos próximos certames. Para Charles Lenzi, presidente da Associação Brasileira de Geração Limpa, o preço de R$ 210/MWh apresentado no último leilão A-5 se mostrou o piso e não o teto. Tem que dar um sinal adequado para o mercado ter mais competitividade. O ciclo de investimento em PCHs precisa continuar, disse o presidente da Abragel (…)
Para Robson Formica, os empresários tem traçado uma estratégia clara de aumento dos lucros, o que acaba implicando em aumento de tarifas para os consumidores:
Não podemos aceitar esse tipo de leilão, em que as regras de contratação de energia são manipuladas pelas empresas, que somente visam o aumento de seus lucros, concluiu Robson.
O resumo completo do leilão está disponível neste link.
*Fonte: EPE Empresa de Pesquisa Energética Ministério de Minas e Energia