Nota | MAB se solidariza à luta dos trabalhadores e trabalhadoras da Usina Jatiboca (MG)
Encerramento das atividades da Usina Jatiboca ameaça o sustento de centenas de famílias na Zona da Mata Mineira e escancara a falta de diálogo com os trabalhadores
Publicado 03/11/2025 - Actualizado 03/11/2025

Após mais de 100 anos sustentada pelo trabalho de seus funcionários, a Usina Jatiboca, localizada no município de Urucânia, na Zona da Mata Mineira, decidiu encerrar suas atividades, deixando cerca de 1.000 trabalhadores e trabalhadoras sem emprego e afetando indiretamente quase 4 mil pessoas. A previsão é de que a usina funcione apenas até a metade de novembro.
Fundada em 1920, no então distrito de Ponte Nova – atual município de Urucânia -, a Usina Jatiboca alcançou, nos últimos anos, alta produção diária, com moagem de 5.500 toneladas de cana, 120 m³ de álcool anidro, 180 m³ de álcool hidratado e 11 mil sacos de açúcar. Apesar da sua relevância econômica, a história secular da usina está marcada por graves impactos sociais e ambientais.
A queima dos canaviais expõe os trabalhadores a condições insalubres, e a apropriação de 13 mil hectares de terras – sendo 10 mil arrendados – contribuiu para o enfraquecimento da agricultura familiar e para a degradação do território na região.
A situação se agrava diante da falta de diálogo entre a direção da empresa e os trabalhadores, que têm buscado respostas e alternativas diante do fechamento da usina.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), enquanto movimento popular autônomo, manifesta solidariedade à luta e organização dos trabalhadores e trabalhadoras da Usina Jatiboca, reafirmando que essa é uma causa justa, e que o povo trabalhador merece respeito, diálogo e condições dignas de vida.
