Sanear Amazônia: projeto em parceria com o MAB transforma a realidade das famílias atingidas

MAB e ADAI iniciam processo de cadastro das famílias participantes do programa Cisternas Amazônia. A iniciativa é fruto da luta e organização do movimento frente às necessidades das comunidades atingidas

Cadastro realizado na comunidade Bom Será I. Foto: Khauane Farias / MAB

Nas regiões do Alto, Médio e Baixo Madeira, em Porto Velho (RO), a escassez de água é uma realidade que persiste tanto durante a seca, quanto na época das enchentes. Elizete Mota Leite, moradora há 19 anos da comunidade Bom Será I, compartilha os desafios diários enfrentados por sua família. “Nossa água é péssima. Quando o rio enche, somos obrigados a usar a água dele. Hoje mesmo, estamos sem água, e isso acontece quase todos os dias”’, conta Elizete.

Elizete relata os problemas diários relacionados à qualidade da água na região. Foto: Khauane Farias / MAB

A realidade desafiadora de Elizete é compartilhada por muitas outras famílias que vivem na região. Contudo, a esperança chegou às margens do Rio Madeira com a implementação do Programa Cisternas, trazendo uma transformação que marcará para sempre a vida de todos os beneficiados. No entanto, não é apenas a água que precisa chegar.

Outro grande desafio enfrentado pelas comunidades atingidas é a falta de saneamento básico. A precariedade dos sanitários compromete não apenas a saúde, mas também a segurança dos moradores no seu uso diário.

Cadastramento de moradora no Programa Sanear Amazônia. Foto: Khauane Farias / MAB

Elisabete Leite Lagos, que vive há 12 anos na comunidade Bom Será I, mãe de três filhos, conta que, assim como outras famílias, têm vivenciado diariamente a falta de estrutura e de condições básicas na região. “Além de ficar dias sem água, o banheiro é improvisado. Na verdade, não tem banheiro, não tem fossa, não tem nada. A gente tem que fechar com o pano pra tomar banho, porque não tem porta.

”A chegada do Sanear Amazônia foi recebida com um misto de alegria e gratidão. “Agora estou esperançosa. Que venha mesmo esse banheiro, para melhorar a situação que não tá boa. Ter um banheiro adequado vai melhorar nossa qualidade de vida”, finalizou Elisabete.  

O projeto Sanear Amazônia tem como missão central restaurar a dignidade e transformar a qualidade de vida das populações atingidas da Amazônia, garantindo o acesso essencial à água potável e a serviços de saneamento básico, que promovam saúde e bem-estar para todos. O projeto está dentro do Programa Cisterna do Governo Federal, uma política pública do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), executado nas regiões Norte e Nordeste, em parceria com Conselho Nacional dos Extrativistas (CNS) e o Memorial Chico Mendes, com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC3).

Em Rondônia, o projeto Sanear Amazônia é executado pela Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI) e Instituto Vitório Régia, em parceria com o Movimento dos Atingidos por Barragens em Rondônia (MAB). 

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