Palestina: O capítulo derradeiro da decadência do “Ocidente”

Com mais 80 mil mortos, desde outubro de 2023, o genocídio causado pelo Estado de Israel mostra a ausência de compromisso com a solução do conflito por parte dos países ocidentais

Ato pela paz e em solidariedade ao povo palestino, durante a Jornada de Luta dos Atingidos, em 2023. Foto: Cleiton Santos / AEDAS

Desde outubro de 2023, o mundo assiste em tempo real o genocídio praticado pelo estado de Israel ao povo Palestino. Um povo que resiste a cerca de sete décadas de invasão dos seus territórios, a expulsão da sua gente de onde construíram suas vidas. Resistir à tirania não é crime, nem terrorismo, é um ato de bravura e de esperança, e assim o faz o povo palestino.

As tratativas e tentativas de negociação na última década do século XX, culminaram com Acordos de Paz de Oslo (1993 e 1995), que eram recuados e tímidos em relação às justas aspirações do povo palestino. Tampouco nestes termos, os acordos foram honrados e cumpridos pelo Estado genocida de Israel. Ao ponto de um sionista xenófobo assassinar, o então primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, um dos grandes patrocinados do processo.

Isso demonstra a incapacidade e também a ausência de compromisso com a solução do conflito por parte dos países ocidentais, leia-se ocidentais, basicamente, os países membros da OTAN – Aliança Militar dirigida pelos EUA e que se autoproclama a guardiã da paz mundial e pela qual invade, destrói e promove guerras mundo a fora.

Em última instância, o Imperialismo Estadunidense e o países da Europa Central (França, Inglaterra, Alemanha, Itália e outros) servem como linha auxiliar e apoio incondicional ao genocídio imposto à Palestina.

A limpeza étnica que o Estado Genocida de Israel pratica na Palestina é como na cena do filme Titanic: enquanto o transatlântico afundava, os músicos, como se nada estive ocorrendo fora do planejado, continuavam tocando a serenata. Há um processo de desmoralização profunda “das potências ocidentais”, dos “países desenvolvidos” nesta quadra da história. Nada fazem, não agem, e, em muitos casos, até lucram com a venda de armamentos e serviços ao Estado Genocida de Israel.

A Palestina está completamente destruída, estima-se que são mais 80 mil mortos desde outubro de 2023. Deste de o início desta chacina, até o final de 2024, o Estado Genocida de Israel gastou mais de R$ 221 bilhões na sua campanha de limpeza étnica na Palestina e no Líbano. Ainda não se tem notícias de quanto mais gastou para atacar o Irã. Os países árabes estimam que reconstruir Gaza, minimamente, custaria mais de R$ 300 bilhões, em cinco anos.  

O genocídio promovido pelo Estado de Israel, em Gaza, é o retrato da decadência do Ocidente (EUA e potencias europeias). Esforçam-se para virar a roda da história ao contrário, abandonando o Iluminismo e aderindo às trevas, da razão ao ódio, da liberdade à opressão, do progresso à destruição, da paz à guerra.

É tempo de avançar, é tempo de lutar e de construir um novo mundo. Que estes tempos cinzentos de decadência logo cessem, e que o sol, na nova aurora, seja para todas e todos. É no ocidente que o sol se põe, e nos orienta que o amanhecer desperta.

* Robson Formica é historiador e membro da Coordenação Nacional do MAB.

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