Nota | Roberta dos Anjos: sua gestão na CASAN se encerrará com pendências junto às famílias atingidas da Lagoa da Conceição?

Junto ao término do ano de 2022, uma angústia atormenta as famílias da Lagoa da Conceição, em Florianópolis (SC), atingidas pelo rompimento da barragem de evapoinfiltração, de responsabilidade da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – CASAN: a possibilidade do fim do comando da engenheira Roberta dos Anjos na presidência da Companhia, sem que os compromissos assumidos por sua gestão junto com os atingidos, sejam cumpridos.

Apesar dos acordos firmados entre as partes, pontos importantes ainda carecem do devido encaminhamento. O que se verificou ao longo de 2022 foi uma completa omissão por parte da atual gestão em dialogar com as famílias atingidas sobre as medidas de reparação já acordadas ao longo de reuniões realizadas nos anos de 2021 e 2022.

As famílias apresentaram pautas justas e necessárias, sendo elas:

1.  Criação de planos de emergência e contingência da barragem construída a poucos metros de suas casas;

2. A revitalização da rua após o término das obras, uma vez que a circulação de veículos pesados danificou severamente a via utilizada diariamente pelos moradores;

3. O ressarcimento pelo valor proporcional dos impostos veiculares no período que os moradores perderam seus carros e não puderam utilizar em decorrência do rompimento da barragem. Ponto acordado bilateralmente entre CASAN e atingidos.

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É importante ressaltar que todos esses pontos foram protocolados na sede da CASAN no dia 13 de abril de 2022, juntamente com um pedido de reunião para tratar dos temas. Porém, apesar da reunião ter acontecido nas semanas seguintes ao protocolo, a política adotada pelos gestores da Companhia foi de se recusar ao diálogo e negligenciar a pauta dos atingidos por mais de 05 meses. 

Na última reunião realizada na sede da companhia, no dia 09 de maio de 2022, foi acertado o compromisso da CASAN em analisar os ressarcimentos veiculares. No entanto, desde que foi protocolado a lista de moradores que pleiteavam o recurso, nunca foi dada uma resposta definitiva ao caso. Apenas em 28 de outubro de 2022 o requerimento foi respondido sugerindo que a companhia daria encaminhamento dentro de 45 dias, prazo encerrado no último dia 12 de dezembro de 2022, sem que qualquer explicação fosse enviada às vítimas do maior crime ambiental da cidade de Florianópolis.

Nesta semana que resta para o fim de sua gestão na presidência da empresa, Roberta dos Anjos tem uma última oportunidade de corrigir a falta de diálogo e atender às justas demandas dos atingidos, fazendo jus ao cargo administrativo que exerce. As famílias atingidas que seguem reunindo forças para recomeçar suas vidas após o trauma enfrentado em 25 de janeiro de 2021 merecem e exigem respeito.

Famílias atingidas da Lagoa seguem firmes na luta pelos seus direitos!

Florianópolis, 24 de dezembro de 2022.