Atingidos pela barragem de São Roque organizados no MAB avançam na reparação dos direitos
Localizada no Rio Canoas, em Santa Catarina, entre os municípios de São José do Cerrito e Vargem, a usina deixou famílias atingidas sem acesso à água e à energia elétrica por conta do acelerado enchimento do lago
Publicado 01/07/2022 - Atualizado 21/08/2024
Ontem, 30 de junho, os atingidos pela Usina São Roque realizaram uma reunião com a empresa Nova Participações S.A, responsável pelo empreendimento, para reivindicar a reparação das perdas sofridas pelas comunidades, bem como a garantia de direitos individuais que vêm sendo violados há 10 anos, desde o início das obras.
Após seis anos de paralisação, a empresa concluiu a construção da barragem e obteve a autorização para o enchimento do reservatório em abril deste ano, dando início à sua operação no mês de junho, mesmo com inúmeras pendências e situações indefinidas nas comunidades ribeirinhas do entorno, conforme explica Cleiton Goss, atingido pela barragem e vereador do município de Brunópolis.
“A construção da UHE São Roque e, mais recentemente, o enchimento do lago no começo de junho, trouxeram muitas consequências socioambientais para toda a região atingida”, pontuou Pedro Melchiors, integrante da coordenação do MAB.
O reservatório da usina encheu em pouco mais de uma semana, provocando o fechamento de estradas, a perda do acesso à água e à energia elétrica, além de inviabilizar o trânsito entre os municípios de Brunópolis e São José do Cerrito através da balsa que opera na região.
O coordenador do MAB explica que algumas das conquistas das famílias acertadas nas negociações com a empresa foram: reestabelecimento do acesso à energia, com ligação das redes onde for necessário; reestabelecimento do acesso à água, com perfuração de poço artesiano e encanamento até as casas e terrenos; indenização referente â perda de alimentos pela falta de eletricidade; melhoria nas estruturas da balsa que liga Brunópolis e São José do Cerrito e construção de estruturas comunitárias. Ainda ficou pendente um acordo sobre a documentação das terras remanescentes que ficaram para as famílias na beira do lago.
Pedro Melchiors afirma ainda que o MAB continua organizado em defesa da reparação integral dos direitos dos atingidos da barragem de São Roque. “Os direitos só são conquistados quando as famílias permanecem unidas e mobilizadas”, finaliza o dirigente.