Na próxima semana, organizações sociais convidam os trabalhadores brasileiros para participarem de um ato presencial em frente ao TCU, no dia 18, para tentar reverter o processo de venda da estatal
Publicado 13/05/2022 - Atualizado 13/05/2022
Nessa sexta, 13 de maio, às 10h, dirigentes de diversas centrais sindicais, movimentos sociais, partidos políticos e coletivos de trabalhadores do setor elétrico de todo o país participaram de uma Plenária Nacional contra a privatização da Eletrobras. Nesta data, o governo Bolsonaro esperava concluir o processo de privatização da maior companhia de energia brasileira, mas o plano foi adiado devido à resistência de militantes de diversas organizações sociais que têm se articulado e questionado nas ruas e na Justiça a legitimidade do processo de venda da estatal.
“A gente têm cinco anos de mobilização e resistência desde o Golpe contra essa tentativa de entrega da Eletrobras e em defesa de um Brasil soberano. Ao todo, já ingressamos com mais de 50 ações na Justiça e realizamos inúmeras manifestações, atos e audiências”, explica Fabíola Antezana, diretora do Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF).
Na última ação ingressada na Justiça Federal de Brasília, entidades do setor denunciam a falta de transparência do processo de privatização, que causará um enorme impacto tarifário para a população brasileira (cerca de 25% de aumento nas contas de luz).
De acordo com o coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, Leonardo Maggi, a plenária realizada hoje foi mais um ato desse processo de luta de longo prazo em defesa da gestão pública da Eletrobras. “Um dos objetivos agora é mobilizar a população para um ato presencial que acontecerá no próximo dia 18, em frente ao Tribunal de Contas da União – TCU, em Brasília, onde será debatida a legalidade do processo de autorização de venda da companhia”, explica o dirigente.
“A luta hoje é uma luta não só dos trabalhadores da Eletrobras. É uma luta de todas as organizações e setores sérios e honestos do Brasil que defendem a soberania e o patrimônio nacional. Estamos unidos para sensibilizar os ministros do TCU a impedirem o andamento desse processo, reafirmando o caráter ilegal, injusto e imoral da venda da maior companhia de energia do país”, complementa Leonardo.
Na próxima semana, as entidades do setor também irão participar de duas audiências públicas (na Comissão de Legislação Participativa e na Comissão do Trabalho) sobre as irregularidades do processo de privatização da Eletrobras. “Quando o projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados, ainda não tínhamos nenhum sistema híbrido de trabalho, então não houve uma discussão, nenhuma comissão, nenhum debate sério sobre os impactos da privatização para o povo brasileiro. No Senado Federal, a compra de votos foi feita ao vivo e a cores pra quem quisesse ver. Por isso, é essencial seguirmos denunciando todas as irregularidades e o impacto que esse projeto vai ter na vida dos brasileiros”, finaliza Fabíola.
Além de organizações sociais, entidades religiosas e sindicatos, participaram da Plenária Virtual os deputados Rogério Correia, Jandira Feghali, Bira do Pindaré e Glauber Braga, entre outros parlamentares.