Organizações sociais e sindicais do país têm denunciado os impactos que a privatização causará na vida da população e conseguiram adiar a entrega da maior companhia de energia do país ao capital privado
Publicado 12/05/2022 - Atualizado 13/05/2022
Nesta sexta, 13 de maio, a partir das 10h, movimentos sociais, federações e
sindicatos do setor de energia irão participar de uma Plenária Nacional Virtual para reafirmar a luta contra a privatização da Eletrobras. A venda da empresa seria concluída neste dia pelo governo federal, mas foi adiada devido às contestações judiciais e atos de resistência dos trabalhadores e militantes de diversas frentes progressistas no país.
O governo federal tem pressionado o Tribunal de Contas da União (TCU) para concluir o processo que autoriza a venda das ações da empresa na Bolsa de Valores ainda em maio. Por isso, no próximo dia 18, haverá também um ato presencial em frente ao órgão, em Brasília, quando a pauta da privatização será retomada pelos ministros da Casa.
Enquanto isso, tramita na Justiça Federal de Brasília uma ação popular para tentar barrar a privatização da estatal. A medida provisória que viabiliza a privatização foi sancionada pelo presidente Bolsonaro em julho do último ano em uma tentativa de transferir para a iniciativa privada o controle da maior empresa de energia elétrica do país.
Para o Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, a entrega da Eletrobras ao capital privado trata-se de um grande crime contra o povo brasileiro e contra a soberania nacional. “Essa empresa pertence ao povo e já foi paga mensalmente durante anos por cada cidadão do país nas contas de energia”, afirma Leonardo Maggi, que integra a coordenação nacional do Movimento.
De acordo as entidades do setor elétrico, o principal impacto da privatização será um aumento estimado em 25% na tarifa de luz. Segundo Fernando Fernandes, que também é coordenador do MAB, a venda da companhia responsável por quase 40% do abastecimento do país deve resultar ainda na precarização dos serviços de geração e distribuição de energia, o que afetará diretamente a segurança energética e a economia brasileira.
“Teremos o aumento do risco de novos apagões, como aconteceu no Amapá após a privatização da companhia de energia do estado, e a possibilidade de mais desastres ambientais e rompimento de barragens, como nos casos de Mariana e Brumadinho – ambas de propriedade de empresas privadas. Além disso, o encarecimento da energia pode provocar a desindustrialização do país e o consequente desemprego em um momento em que estamos ainda nos recuperando da crise do COVID-19”, ressalta o dirigente.