Marabá tem a maior enchente dos últimos 18 anos
Após pressão do MAB, o governo do Pará criou um auxílio financeiro para famílias impactadas pelas enchentes, mas inciativa não contempla todos os atingidos e é insuficiente para reparação dos danos
Publicado 18/01/2022 - Atualizado 18/01/2022
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a cheia que provocou o alagamento do Rio Tocantins em Marabá neste mês de janeiro foi a maior dos últimos 18 anos. Na última semana, a régua fluviométrica do rio marcou 12,76 metros acima do seu nível normal. A informação é do boletim de Vazões e Níveis da empresa Eletronorte, divulgado no domingo, 16. O nível registrado supera o da enchente de 2020, quando o rio chegou a 12,68 metros.
Após a pressão do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que exige do poder público medidas de reparação para os atingidos, no último dia 13, o govenador do estado do Pará, Hélder Barbalho, anunciou o lançamento do programa “Recomeçar” para atender as famílias atingidas pelas enchentes em Marabá. A iniciativa, no entanto, não contempla toda a população atingida na região.
Além de Marabá, os alagamentos, que acontecem desde dezembro de 2021, atingem também diversos outros municípios localizados às margens dos rios Tocantins e Araguaia, gerando vários danos materiais para a população, como a perda de bens e da produção agrícola das comunidades ribeirinhas. Além disso, as cheias forçam o deslocamento compulsório das famílias atingidas em uma situação de extrema vulnerabilidade.
Ao todo, existem cerca de 5.000 famílias atingidas até o momento na região. Só em Marabá são 2.269 núcleos familiares, sendo que 539 estão alojados em 17 abrigos provisórios construídos pela Prefeitura.
“Até o momento, não há uma política de reparação integral dos danos de todos os atingidos do campo e cidade da região. Também é preciso que o governo crie um plano de segurança para casos de transbordamento ou rompimento de barragens”, afirma Cristiano Medina, integrante do MAB no estado.
Segundo o militante, o Movimento, que está apoiando os atingidos na região, defende um plano de reparação para toda a população atingida, incluindo o pagamento do auxílio emergencial de um salário mínimo durante todo o período de enchente (o programa atual prevê apenas o pagamento de uma parcela única) e auxílio moradia para as famílias com casas danificadas pelas enchentes.