8M: atingidas em defesa da vida pelo Brasil

O recado está dado: as mulheres não vão tirar o pé da luta. É por isso que hoje, 8 de março, as ruas do Brasil foram o palco do grito […]

O recado está dado: as mulheres não vão tirar o pé da luta. É por isso que hoje, 8 de março, as ruas do Brasil foram o palco do grito das mulheres em defesa da vida.

Mulheres atingidas em luta em Curitiba, Paraná. Foto: Comunicação MAB. 

As atingidas por barragens construíram e se somaram em diversas cidades de todo o Brasil, e se colocaram firmes contra a violência de gênero e na defesa da democracia, dos direitos e da soberania popular.

Em Belo Horizonte-MG, a construção já vinha desde o “Ele não”. As mulheres da Frente Brasil Popular construíram o ato “8M Popular” sob o mote “Só da luta brota a liberdade”, que contou com o apoio de mais 30 blocos de carnaval. O ato teve a presença de várias categorias, entre elas as professoras em greve, as petroleiras, as trabalhadoras dos correios, e as atingidas das regiões de Brumadinho, Juatuba, Betim e São Joaquim de Bicas.

Mulherada em defesa da democracia e da soberania nacional em Belo Horizonte, Minas Gerais. Foto: Comunicação MAB. 

Sonia Mara Maranho, da Coordenação Nacional do MAB, participou do ato e afirmou que “frente à ofensiva contra a democracia do Governo Federal, nós mulheres estamos ainda mais firmes para lutar em defesa da igualdade e contra a violência. Quando a conjuntura piora no país, as primeiras a serem atacadas são as mulheres, então precisamos nos organizar, mobilizar, fazer a luta e mostrar resistência, denunciando tudo aquilo que vem nos oprimindo”.

 

Ato em Belém do Pará. Foto: Comunicação MAB. 

No Pará, as atingidas organizadas no MAB se somaram ao ato em Belém, organizado pela Frente Feminista do Pará. As mulheres se concentraram na Praça Waldermar Henrique e marcharam até a Praça da República. No sábado, o MAB também esteve presente em Altamira, com uma marcha pelas ruas da cidade, e em Itaituba, onde as atingidas participavam do Seminário “Mulheres na luta por territórios livres e corpos vivos na Amazônia”.

Segundo Cleidiane Vieira, da Coordenação Nacional do MAB no Pará, “as mulheres da Amazônia mais uma vez foram as ruas contra a violência, contra essa política de desenvolvimento excludente e violador de direitos humanos, em defesa da democracia e contra todos os retrocessos cometidos pelo desgoverno Bolsonaro”. Para ela, “as mulheres mais uma vez exercitam a unidade na luta em defesa da democracia e na construção da soberania”.

Atingidas em luta em Fortaleza, no Ceará. Foto: Comunicação MAB.

Em Fortaleza-CE, a marcha que tinha como lema “Pela Vida das Mulheres contra o Fascismo, Machismo, Racismo e LGBTfobia” reuniu mais de 10 mil pessoas. As atingidas também marcharam em São Paulo, Chapecó-SC, Curitiba-PR e Francisco Beltrão-PR, e também em Brasília, junto as mulheres que estão participando do 1º Encontro Nacional de Mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

No Amapá, município de Porto Grande, o MAB organizou uma roda de conversa, que ressaltou a necessidade da unidade das mulheres na luta, e finalizou com a projeção do documentário “No Devagar Depressa dos Tempos”, de Eliza Capai.

Roda de conversa no Amapá. Foto: Comunicação MAB.

Neste 8M, as mulheres do MAB denunciaram que o atual modelo energético está a serviço do capital, e privilegia o lucro em detrimento do desenvolvimento humano. A impunidade dos crimes da Vale, Samarco e BHP Billiton em Mariana e Brumadinho permite a continuidade de violações de direitos humanos, sobretudo com a negligência na segurança de barragens e na segurança dos atingidos e atingidas.

Também gritaram contra as inúmeras ameaças às lideranças de movimentos sociais, a perseguição política e os assassinatos das defensoras dos direitos humanos: Dilma Ferreira em 22 de março de 2019; Marielle Franco em 14 de março de 2018; Nicinha em 7 de janeiro de 2016; e Berta Cáceres em 3 de março de 2016. Para as atingidas, a ofensiva contra os direitos e a vida das mulheres se materializa em inúmeras iniciativas do Estado e também está relacionada com o avanço das privatizações de setores estratégicos para a soberania popular como o petróleo, energia, florestas, água, saúde e educação.

Mais uma vez, as atingidas por barragens estiveram nas ruas e em luta. Mulheres, água e energia não são mercadorias.

 

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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