No RJ, seminário debate “pedagogia das águas em movimento”
Em Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do Rio de Janeiro, ocorreu neste sábado (7), o Seminário Nacional “Pedagogia da Águas em Movimento”, com a presença de militantes do MAB de […]
Publicado 09/12/2019
Em Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do Rio de Janeiro, ocorreu neste sábado (7), o Seminário Nacional “Pedagogia da Águas em Movimento”, com a presença de militantes do MAB de 14 estados, aliados políticos do Rio de Janeiro e moradores das comunidades dos município.
O evento marca um ano de formação para três públicos distintos de militantes: jovens, mulheres e educadores infantis, em uma parceria do movimento com a Fiocruz por meio da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, com apoio da Universidade Federal Fluminense (UFF). O resultado final da experiência fortalece a relação do MAB com as instituições federais de ensino no estado e avança no debate sobre saúde da mulher, educação ambiental e a consolidação da ciranda infantil.
Bases naturais sob ameaça
Na parte da manhã, foi debatido o ataque aos recursos naturais brasileiros como a água, o petróleo e as florestas, em especial da região amazônica. Para introduzir o tema, Gilberto Cervinski, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens, trouxe um panorama do momento atual da ofensiva do capital na vida dos trabalhadores e como a crise financeira afeta diretamente o modo de vida da população.
A privatização das nascentes de água, os projetos que tramitam no Congresso sobre o controle privado do setor do saneamento, o represamento de rios para construção de barragens e o uso pela indústria de bebidas e empresas mineradoras foram alguns dos pontos debatidos na questão da apropriação da água.
Ana Keila, diretora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venancio/Fiocruz, falou sobre o adoecimento da população com as medidas de desmantelamento do estado sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Para a profissional de saúde, o conceito de saúde pública é muito mais amplo do que a “ausência de doença” e comentou que a perspectiva de investimento em saúde geralmente tende à modelo curativo ao invés de tratar o preventivo, o que não é benefico para a população.
Flora Castro, do Levante Popular da Juventude, citou Darcy Ribeiro ao reafirmar que “a crise na educação náo é crise, é projeto”. A estudante relacionou o investimento na educação com o tema da soberania nacional e traçou o histórico recente do tema nos últimos governos do Brasil.
Como segunda mesa do dia, os militantes do MAB Pablo Dias (Minas Gerais), Elisa Estronioli (Pará), Roberto Oliveira (Ceará) e Maria Gabriela Dantas (Rio de Janeiro) apresentaram a problemática da contradição das comunidades em que a água é uma riqueza explorada pelo capital ao memo tempo em que a população não tem acesso.
Formatura popular
O processo de formação dos jovens, mulheres e educadores infantis desenvolvido ao longo deste ano foi coroado com a formatura popular e a entrega de certificados e declarações emitidas pela Fiocruz e pela Universidade Federal Fluminense. A alegria dos educandos e seus familiares contagiou a todos e elevou a responsabilidade dos mesmos em continuarem na militancia do MAB fazendo lutas para a melhoria das condições de vida e saúde para as comunidades.
Com as palavras de ordem “Sem luta não há conquistas”, “Sem ciranda o movimento não anda” e “Mulheres, água e energia nâo sâo mercadorias”, os formandos levantaram a bandeira do MAB e se comprometeram em continuar a luta na região.