Atingidos constroem Planos de Ação em Saúde para vítimas do Rio Doce
Atendendo à recomendação do Ministério Público Federal, em Minas Gerais, e a Defensoria Pública Estadual, no Espírito Santos, os municípios atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão devem adequar os […]
Publicado 09/12/2019
Atendendo à recomendação do Ministério Público Federal, em Minas Gerais, e a Defensoria Pública Estadual, no Espírito Santos, os municípios atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão devem adequar os Planos Municipais de Saúde em função das demandas aumentadas pelos novos problemas de saúde surgidos ou agravados pela contaminação do Rio Doce. O crime completou 4 anos no dia 05 de novembro.
A construção deve ser coletiva, onde as Secretarias Municipais de Saúde e os Conselhos Municipais de Saúde, juntamente com os atingidos e o Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB visitam todas as comunidades atingidas, levantam as necessidades de saúde e sugerem ações necessárias para que o atendimento aconteça de forma plena e adequada.
Diversos agravos decorrentes do uso de água de qualidade duvidosa, contato com a poeira deixada nas margens pelas cheias do Rio Doce e outras vias de contaminação, além do sofrimento mental presente em todas as comunidades atingidas vão exigir uma ampliação nas equipes de Saúde, contratação de especialistas e exames específicos para lidar com a possibilidade de contaminação.
A elaboração dos planos de saúde já teve início em todo o Rio Doce, já estando finalizado em Barra Longa, Mariana e Belo Oriente, além de outros locais onde os planos seguem em fase de construção, com a participação dos governos municipais.
Através do levantamento dos dados de saúde da população desde 2014, feito pelas Secretarias Municipais de Saúde, é possível verificar na rede pública o aumento do adoecimento da população atingida, e ao ouvir as pessoas a realidade delas expõe a situação de continuidade do crime, sem que medidas efetivas tenham sido implementadas passados 4 anos do rompimento da Barragem de Fundão.
Além da necessidade de exames e consultas com médicos especialistas, os Planos de Ação em Saúde têm incluído maior assistência à saúde mental, incluindo Práticas Integrativas coletivas, com medidas não farmacológicas de abordagem, acompanhamento e cuidados que auxiliem na resolução dos agravos mais simples.
Para custear os Planos será utilizado o princípio do Poluidor-Pagador, isto é, quem deu causa ao rompimento da barragem é obrigado a arcar com os custos das consequências. O MAB denuncia que a Fundação Renova, representante das mineradoras criminosas Vale, Samarco e BHPBilliton não aceitam arcar com os custos das ações de saúde necessárias. Muita luta será necessária para garantir as melhorias, e estaremos todos juntos, atingidos, municípios e Instituições de justiça exigindo que se respeite o sagrado direito à VIDA!
O Crime nos adoece! A Criminosa deve arcar com os aumentos dos custos do atendimento à população!