Como parte da Jornada de lutas, atingidas realizam encontro de mulheres em MG

Fotos: Comunicação MAB e Mídia Ninja Aproximadamente 300 mulheres atingidas por barragens, organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), das regiões da bacia do rio Paraopeba, Macacos, Congonhas e […]

Fotos: Comunicação MAB e Mídia Ninja

Aproximadamente 300 mulheres atingidas por barragens, organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), das regiões da bacia do rio Paraopeba, Macacos, Congonhas e Itatiaiuçu, bacia do Rio Doce, bacia do Rio Jequitinhonha e Rio Pardo se reúnem na região metropolitana de Belo Horizonte durante os dias 25 e 26 (sexta e sábado) para debater os impactos dos crimes das mineradoras em Minas Gerais sobre a vida das mulheres e elaborar um plano de lutas conjunto.

A atividade começou com um ato na cidade de Brumadinho, em solidariedade às vítimas do crime da Vale na cidade, que completa nove meses nesta sexta-feira (25). As manifestantes realizaram uma caminhada, que culminou com um ato no monumento de entrada do município, onde entregaram flores aos familiares das vítimas da tragédia. “Nós, mulheres do MAB, viemos prestar solidariedade às famílias das vítimas desse crime, mas principalmente para denunciar que a Vale é reincidente no crime, e é preciso fazer justiça”, disse Soniamara Maranho, da coordenação nacional do MAB. “E nesse contexto, as mulheres são as mais prejudicadas”, pontuou.

 

Após o ato na entrada da cidade, as mulheres atingidas integraram o Ato Nacional pela Soberania e Reestatização da Vale convocado pela Frente Brasil Popular, que também percorreu as ruas da cidade. “A defesa da soberania e reestatização da Vale é também a defesa dos direitos humanos das pessoas atingidas por barragens, pois bem sabemos que os crimes são produto da ganância das mineradoras que só querem lucro”, afirmou Camila Brito, militante do MAB.

A atividade está inserida no contexto da Jornada de Lutas dos atingidos, que iniciou em outubro e vai até o mês de março de 2020. Denominada “A Vale destrói, o povo constrói”, a jornada inclui a construção de uma casa para uma família atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, no município de Barra Longa, como gesto de solidariedade aos atingidos e denúncia da ausência de reparação às famílias vítimas do crime que devastou toda a bacia do Rio Doce. A casa será viabilizada por meio de uma campanha de financiamento coletivo disponível em: catarse.me/opovoconstroi.

O lucro não vale a vida

No dia em que completam nove meses do crime de Brumadinho, que além de mortes ocasionou a destruição do Rio Paraopeba, a mineradora Vale anunciou um lucro de R$ 6,46 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2019. O valor representa 15% mais do que no mesmo período do ano passado.

 

“Enquanto os acionistas da Vale comemoram o lucro bilionário, as famílias atingidas pelo crime da bacia do Rio Doce continuam, quatro anos depois, em luta por reparação dos seus direitos, e os atingidos de Brumadinho seguem em luto, chorando a morte de seus seres queridos”, denunciou Maranho.

No próximo dia 5 de novembro completam quatro anos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, que deixou 19 mortos e causou o maior desastre socioambiental da história do Brasil.

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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