Nota de pesar pelo falecimento de Diomar Vasconcelos, coordenador do MAB em Balbina (AM)
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lamenta profundamente a morte de Diomar Vasconcelos Pantoja, coordenador do Movimento na região atingida pela hidrelétrica de Balbina, no Amazonas. Diomar faleceu na […]
Publicado 17/10/2019
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lamenta profundamente a morte de Diomar Vasconcelos Pantoja, coordenador do Movimento na região atingida pela hidrelétrica de Balbina, no Amazonas. Diomar faleceu na manhã de hoje (17/10) em Manaus (AM), onde fazia tratamento de quimioterapia.
Diomar morava na vila Atroari, no distrito de Balbina, município de Presidente Figueiredo (AM). A vila foi construída pela empreiteira Andrade Gutierrez para abrigar provisoriamente os trabalhadores da hidrelétrica. Diomar fazia parte de um grupo de atingidos que não recebeu nenhum tipo de tratamento e, quando teve suas terras alagadas pela hidrelétrica, se organizou para ocupar as casas e reivindicar direitos.
Entre 1981 e 1988, Diomar trabalhou na construção da barragem de Balbina. Ele e sua família moravam em um sítio às margens do rio Uatumã. Quando acabou a construção da hidrelétrica, eles tiveram que deixar o local, pois a barragem alagou parte da propriedade, poluindo o rio com metano e causando o desaparecimento dos peixes na região.
Em março deste ano, Diomar contou que, antes da Eletronorte abrir as comportas da barragem, uma equipe de assistentes sociais da empresa chegou a fazer um levantamento da população atingida e prometeu que seria construída um reassentamento para os ribeirinhos atingidos. Depois de 38 anos, essa vila nunca foi construída. Nós ribeirinhos não somos invasores, nós viemos pra cá porque nós perdemos as nossas coisas, contou.
Diomar conta que os atingidos buscaram fazer um acordo para que a Eletronorte reformasse as casas e formalizasse o reassentamento na Vila Atroari, mas a empresa nunca cumpriu com o prometido. O distrito de Balbina possui duas vilas, a vila Atroari, de casas de madeira (onde moram os atingidos), e a vila Waimiri, de casas de alvenaria (vila permanente dos trabalhadores da empresa).
O exemplo de Diomar segue vivo na memória e na prática de todos os atingidos por barragens que lutam por um futuro melhor e mais justo.
Diomar Vasconcelos, presente, presente, presente!