Em SC, trabalhadores e movimentos populares defendem Eletrosul contra privatização

Nesta sexta-feira (30), a Plataforma Operária e Camponesa da Água e da Energia realizou um ato contra a privatização da Eletrosul – maior empresa estatal do sul do país. Trabalhadores […]

Nesta sexta-feira (30), a Plataforma Operária e Camponesa da Água e da Energia realizou um ato contra a privatização da Eletrosul – maior empresa estatal do sul do país.


Trabalhadores do setor elétrico, Sindicato dos Trabalhadores Indústria Energia Elétrica Florianópolis (Sinergia), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), o Deputado Federal Pedro Uczai (PT) e o Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região (SEEB) estiveram reunidos nesta sexta-feira (30) na sede da Eletrosul em Florianópolis, Santa Catarina, em ato contra o sucateamento da empresa e sua incorporação pela CGTEE, que representa um passo rumo à privatização.

Neste ano, os trabalhadores da Eletrosul e CGTE foram surpreendidos com a decisão de incorporação da Eletrosul pela CGTEE, o que “seria uma padaria incorporando um supermercado”, declara trabalhador da Eletrosul. “Há muito tempo já se pensava em uma incorporação da CGTE pela Eletrosul, fortalecendo uma empresa forte do sul do Brasil, vinculada à Eletrobrás, mas o que acontece agora é uma incorporação às avessas”, ressalta.  

O MAB entende que a privatização de todo sistema Eletrobrás trará consequências graves para a população, como o aumento das tarifas da conta de luz e mais dificuldades para os atingidos por barragens, visto que as empresas privadas tratam a vida dos atingidos como lucro, como mercadoria, violando direitos humanos das regiões onde atuam.

Em abril, com a notícia do processo de incorporação, dirigentes sindicais do Sinergia e dos demais sindicatos que acompanham o coletivo da Intersul, realizaram denuncia ao MPF, em um processo ainda sem decisão. Posteriormente, foi aplicada uma ação cautelar para suspensão do processo de incorporação, principalmente, pela falta de transparência na transação, quando a empresa negou informações solicitadas pelo Sinergia, como, por exemplo, quem são os acionistas minoritários.

A ação teve decisão a favor dos trabalhadores e a justiça determinou que a Eletrobrás suspendesse o processo de incorporação por 60 dias contando a partir do dia que entregasse a documentação e garantisse transparência no processo. A Eletrosul entrou com ação de agravo, julgada improcedente pelo TRF4, mantendo a suspensão do processo de incorporação.

A CGTEE é uma empresa menor, deficitária, com uma única Usina em Candiota – RS, com produção de energia termoelétrica a carvão com muitos problemas de construção, que vem incorporar a maior empresa estatal do sul do país, com matriz baseada na hidroeletricidade.

Em anos anteriores, devido aos problemas financeiros da Empresa CGTEE, a Eletrosul já havia contribuído com aporte financeiro para a empresa e, mesmo assim, a empresa mantinha o contrato estabelecido com a ANEEL por meio da compra de energia no mercado livre, o que resultou em uma série de prejuízos para a empresa.

O MAB denuncia o sucateamento e privatização das empresas públicas e exige que os rios, com todo o potencial energético, sejam utilizados em benefício da população com soberania, distribuição da riqueza e controle popular.

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro