Atingidos vivem terror com nova reintegração de posse em MG
Atingidos e atingidas pela barragem de Irapé, Itapebi e diversas outras, residentes no Acampamento Princesa do Vale em Almenara vivem dias de insegurança e medo. Após diversas manifestações e uma […]
Publicado 05/07/2019
Atingidos e atingidas pela barragem de Irapé, Itapebi e diversas outras, residentes no Acampamento Princesa do Vale em Almenara vivem dias de insegurança e medo.
Após diversas manifestações e uma liminar de reintegração de posse derrubada, a situação de desespero e abandono pelo poder judiciário retorna com uma nova data: mais uma liminar de reintegração de posse está marcada para segunda-feira, 8 de julho de 2019.
Depois de serem coagidos com violência verbal em uma audiência irregular promovida pelo juiz da Comarca de Almenara, as lideranças do acampamento foram obrigadas a assinar um acordo para deixarem o local, com um plano de desocupação impróprio. A irregularidade da audiência coordenada pelo juiz foi uma tentativa desesperada de prejudicar moralmente os representantes dos atingidos, tentando cumprir uma reintegração de posse sem a presença da Defensoria Pública, sem uma intimação prévia para os advogados defensores dos atingidos e com uma liminar que anteriormente foi derrubada por instâncias superiores, o que classifica a ação como um grave erro jurídico.
Moram no acampamento 200 famílias representadas pelo grupo Rocha e Silva advocacia e nas extremidades, mais de 200 famílias sem uma representatividade jurídica, totalizando 400 atingidos desde idosos, crianças e doentes prestes a serem despejados de suas residências e perderem o meio de sustento através da agricultura familiar.
Os acampados e o Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB, que desde março de 2019 acompanha a situação de perto, vem fazendo diversas denúncias e já enviou uma carta ao Conselho Nacional de Direitos Humanos informando sobre a situação das famílias.
Os atingidos e atingidas exigem uma explicação justa sobre porque precisam deixar a terra onde vivem e produzem, que anteriormente estava abandonada, descumprindo sua função social. Exigem também uma explicação do juiz da comarca de Almenara pela ilegalidade em conduzir a audiência, coagindo os atingidos e atingidas e insistindo na retirada das famílias.
A população e o MAB seguem em vigília até que a normalidade volta ao Acampamento.