MAB participa de reuniões em Brasília para cobrar proteção de defensores dos direitos humanos
Em encontros com a Procuradora Federal dos Direitos dos Cidadão e com representação da ONU sobre os direitos humanos, movimento pede também apuração sobre caso de Dilma Ferreira Nesta segunda-feira […]
Publicado 23/04/2019
Em encontros com a Procuradora Federal dos Direitos dos Cidadão e com representação da ONU sobre os direitos humanos, movimento pede também apuração sobre caso de Dilma Ferreira
Nesta segunda-feira (22), o Movimento dos Atingidos por Barragens participou de duas agendas em Brasília para debater questões atuais sobre os direitos humanos na luta dos atingidos no Brasil. A primeira reunião foi na sede do Ministério Público Federal com a Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, onde o MAB reforçou a necessidade de atenção para a questão.
No mês passado, dez dias antes da morte da militante Dilma Ferreira, no Pará, o MAB assinou um termo de cooperação com a PFDC com o objetivo geral nos seguintes termos: “acompanhamento e enfrentamento de denúncias de violências, perseguições e outras formas que configurem ação arbitrária contra ativistas do MAB, visando proteger e dar garantias ao direito à vida, à dignidade da pessoa humana, à moradia, à liberdade de reunião e manifestação, à liberdade de expressão, à liberdade de associação e à função social da propriedade”.
Logo em seguida, integrantes do MAB estiveram no escritório das Organizações das Nações Unidas (ONU) no Brasil – Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), e conversaram com a assessora de Direitos Humanos, Ângela Pires, e o analista de Direitos Humanos, Lorenzo Casagrande.
O objetivo das reuniões foi fortalecer o apoio de ambas organizações no monitoramento das investigações do assassinato da militante, que integrou a coordenação do MAB, Dilma Ferreira, seu companheiro e o vizinho do casal – o crime completou um mês nesta segunda-feira (22). Além do caso de Dilma, foi apresentada a preocupação com as ameaças que a liderança de Rondônia, Ana Flávia, sofre por defender os direitos das populações atingidas pelas Usinas de Jirau e Santo Antônio.
“Solicitamos o apoio do MPF e da ONU para proteger nossa companheira, não podemos aceitar assassinatos de defensoras de direitos humanos, já basta de casos como Marielle, Nicinha, Dilma e tantas outras mulheres. O Estado brasileiro deve assumir suas responsabilidades, garantir a segurança das lideranças, investigar os assassinatos” afirma Tchenna Maso, militante o MAB.
Na pauta, também foi demonstrada preocupação com os desdobramentos do crime de Brumadinho. Para Pablo Dias, militante do MAB, a situação é grave “A VALE tem usado como estratégia diluir os processos de negociação coletiva, o termo assinado pela Vale e a Defensoria Pública no dia 05 de abril só fortalece a empresa que dá respostas a seus acionistas e foge a qualquer tipo de responsabilização judicial pelo que causou”, opina.